O delegado Robervaldo Davino, do 4º Distrito da Capital, informou nesta sexta-feira (10) que está esclarecida a morte do adolescente Gerderson Cavalcante da Silva, 17 anos, atingido com um tiro na cabeça durante uma rebelião, ocorrida no dia 4 deste mês, na Unidade de Internação Masculina (UIM), localizada no Tabuleiro do Martins.
O monitor José Alex Máximo de Souza apresentou-se na delegacia e confessou ter sido o autor do disparo que matou o menor. Outros dois monitores – Adeilson Francisco de Oliveira e Ricardo Alexandre da Fonseca Azevedo – também se apresentaram e disseram ter usado suas armas para conter a rebelião.
Ricardo contou que foi o autor do tiro que acertou o joelho do adolescente E.F.P.M, também de 17 anos, enquanto um dos disparos efetuados por Adeilson danificou a caixa d’água da unidade de internação. O adolescente ferido foi medicado no Hospital Geral do Estado (HGE), mas já retornou à unidade, onde se encontra em recuperação.
Os acusados disseram que usaram suas armas, porque os adolescentes ameaçavam ferir com espetos um dos monitores. Eles disseram que deram pelo menos onze tiros. As armas utilizadas, dois revólveres calibre 38 e uma pistola – foram apreendidas pela polícia.
O delegado adiantou que os três acusados são agentes penitenciários – ligados ao GAP (Grupo de Apoio Penitenciário) – que, nas horas de folga, trabalhavam como monitores na UIM. “Mesmo sendo agentes (prestadores de serviço no sistema penitenciário) eles não poderiam estar armados na Unidade de Internação Masculina e, além disso, não dispunham de porte de arma” – acrescentou.
De acordo com Robervaldo Davino, as armas serão enviadas para perícia no Instituto de Criminalística (IC), enquanto o laudo médico-legal deve ser anexado ao inquérito policial na próxima segunda-feira. Já se sabe, no entanto, que a morte do adolescente Gerderson foi causada pelo tiro na cabeça.
Com a confissão dos acusados, o delegado considera esclarecido todo o caso. José Alex responderá por crime de homicídio; Ricardo Alexandre por crime de lesão corporal, e Adeilson Francisco por disparo e porte ilegal de arma de fogo.