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Cultura

Moedas e barras de ouro das épocas colonial e imperial do Brasil estão em exposição no Rio

Exposição fica em cartaz até 20 de junho

Uma exposição inédita exibe pela primeira vez ao público peças raras de uma valiosa coleção de numismática que fazem parte da história do Brasil colonial e imperial. A mostra BES Numismática e o Brasil, aberta nesta quinta (21) no Museu Histórico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro, reúne 150 moedas e barras de ouro, selecionadas entre os 13 mil itens do acervo do Banco Espírito Santo, uma das mais importantes instituições financeiras portuguesas. A exposição é um dos eventos do calendário do Ano de Portugal no Brasil, que será celebrado até junho.

Nem mesmo em Portugal, onde a coleção está depositada, as raridades agora expostas na Casa do Trem, uma das edificações históricas do MHN, foram mostradas ao público. As moedas e barras de ouro retratam três séculos de história luso-brasileira, desde o reinado de dom João IV (1640-1656) até o de dom Pedro II, imperador do Brasil (1831-1889). Foram selecionadas entre as cerca de 2 mil peças de ouro do Brasil que intregram a coleção portuguesa.

Durante o período colonial, a atividade de cunhagem de moedas foi intensa no Brasil, que com a sua produção de ouro e diamantes era a joia da Coroa lusa. Os invasores holandeses, no entanto, foram os primeiros a cunhar moedas, no Recife. Mais tarde, os portugueses instalaram quatro casas da moeda: em Pernambuco, na Bahia, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

“A numismática é uma ciência documental e testemunho histórico. A partir do fim do império, a maior parte da produção numismática brasileira ficou restrita a apenas alguns círculos”, disse o comissário-geral do Ano de Portugal no Brasil, Miguel Horta e Costa. Segundo ele, com a exposição o Ano de Portugal no Brasil pretende difundir o estudo e o colecionismo de moedas, “pontuado pelo encontro histórico, econômico e cultural entre os dois países”.

A peça 1822R, cunhada por ocasião da coroação de dom Pedro I como Imperador do Brasil, no Rio de Janeiro, é o item mais importante da coleção em exibição no MHN. Também merecem destaque a dobra cunhada em 1733 no Rio, com apenas três exemplares no mundo; as peças de 6.400 réis cunhadas na Bahia, em 1729 e 1730; e a barra de ouro Goiás de 1790, todas com exemplares únicos na mostra.

Há ainda raríssimos florins em ouro do domínio holandês, cunhados entre 1630 e 1654 em Pernambuco. A mostra é complementada com a projeção de vídeos e apresentação de peças relacionadas à numismática, como balanças de precisão e sacos para o transporte de moedas.

Segundo a direção do museu, a escolha da Casa do Trem para abrigar a exposição tem um significado especial neste ano de 2013, em que a edificação comemora 250 anos do término de sua construção. A Casa do Trem, na época colonial, era usada como arsenal das tropas portuguesas que protegiam a cidade.

A própria coleção de numismática do Museu Histórico Nacional está alocada na Casa do Trem. Considerada a maior do gênero na América Latina e uma das mais importantes do mundo, compreende mais de 146 mil peças, entre moedas, valores impressos, medalhas, ordens honoríficas e filatelia.

A exposição BES Numismática e o Brasil fica em cartaz até 20 de junho e pode ser vista de terça a sexta-feira, das 10h às 17h30, e sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h. Os ingressos custam R$ 8, mas aos domingos a entrada é grátis. O museu oferece várias isenções de pagamento e as informações sobre essas gratuidades estão disponíveis no site www.museuhistoriconacional.com.br.