Uma nova versão do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, o SINIR+, foi lançada pelo Ministério do Meio Ambiente. A ferramenta é mais moderna e traz mapas 3D, informações interativas e painéis que detalham a gestão dos resíduos sólidos em todo o País.
Para o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o novo sistema terá a capacidade de atrair investidores que estão de olho na economia do futuro, mais sustentável e mais verde. “É um desafio gigantesco, mas que começa com uma ferramenta de gestão importantíssima. Que traz a realidade daquele município, quanto ele tem de volume, onde vou encontrar aquilo que pode ser transformado em energia e o que pode ser transformado em matéria-prima para economia circular”, pontuou Leite.
De acordo com o ministro, a ferramenta oferece toda a estrutura para que o investidor possa trazer renda para algo que sempre foi visto como um problema. “Nós precisamos do setor privado atuando junto conosco, trazendo solução ambiental lucrativa. Para mostrar que nós podemos criar uma nova economia verde baseada naquilo que era lixo”, completou Joaquim Leite.
O SINIR+ conta com um mapa 3D, onde é possível navegar por todo o território nacional, conhecendo de perto a gestão dos resíduos, como as unidades de triagem, reciclagem, tratamento e disposição final, além dos Consórcios Públicos e todo o fluxo do lixo. O conhecimento dessas estruturas é fundamental para tirar do papel a Política Nacional de Resíduos Sólidos e potencializar o novo Marco Legal do Saneamento. “É a evolução tecnológica a serviço do cidadão brasileiro. O SINIR+ é inovador pois permite uma experiência inédita e interativa, que facilitará a atração dos investimentos necessários para se melhorar a gestão de resíduos sólidos no país”, explicou o secretário de Qualidade Ambiental do MMA, André França.
Segundo o coordenador do setor de água e saneamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Gustavo Mendes, hoje o Brasil precisa de US$ 6 a 8 bilhões por ano em investimentos, para atingir as metas de universalização. Para ele é preciso contar como todo financiamento possível para alcançar esse objetivo no tempo previsto e a nova ferramenta chega num momento importantíssimo, onde o setor vive uma revolução. “A informação permite fazer um planejamento de qualidade, um monitoramento de qualidade e oportuno, e fazer os ajustes necessários para a corrigir os rumos. O SINIR é isso, uma contribuição para o setor”, destacou.
O novo SINIR+ contou com cooperação do BID e é uma evolução do sistema lançado pelo MMA em 2019 e desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre). “O importante é deixar legado e esse legado a Abetre tem orgulho de dizer que participou”, comemorou o presidente da Associação, Luiz Gonzaga.
Acordo para descarte de embalagens
Após o lançamento do novo SINIR+, o Ministério do Meio Ambiente e a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR) assinaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) que tem por objetivo realizar campanhas de comunicação com foco no aumento da conscientização, educação e cidadania ambiental, por meio do descarte adequado de embalagens, e do apoio na execução de ações no âmbito do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar e Programa Rios +Limpos. A primeira campanha, intitulada “Crie esse Hábito”, será lançada em maio nas redes sociais do MMA e da ABIR, com objetivo de auxiliar a sociedade no descarte consciente de embalagens utilizadas em casa.
Logística reversa no Brasil
O Ministério do Meio Ambiente divulgou ainda números positivos do programa de Logística Reversa nos últimos anos. Atualmente, o Brasil conta com mais de 3,4 mil pontos de coleta para descarte e destinação correta de eletroeletrônicos em todo o país. Só em 2021, foram abertos mais de 2 mil ecopontos e entre 2019 e 2021, 1,3 mil toneladas de lixo eletrônico deixaram de ser descartados no meio ambiente. O País também é referência mundial na reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas, reaproveitando 94% do material que é comercializado. Desde 2002, 650 mil toneladas de embalagens foram recicladas evitando a emissão de 899 mil toneladas de gases de efeito estufa.
O Brasil se transformou ainda em recordista mundial no recolhimento e reciclagem de latas de alumínio. Em 2021, 98,7% das latas comercializadas em todo o país foram reutilizadas, o maior volume da história. Para se ter uma ideia, das mais de 414 mil toneladas de latas comercializadas, 409 mil toneladas foram recicladas. Com o tamanho da frota brasileira, outra preocupação é o descarte correto de baterias e óleo lubrificante. Após assinar acordos com indústrias do setor, 46 milhões de baterias de chumbo foram recicladas, o que permitiu o retorno de 830 mil toneladas de materiais para a cadeia produtiva. Além disso, mais de 1,5 milhão de litros de óleo lubrificante foram coletados e mais de 900 milhões de litros do produto retornaram para o mercado com o rerrefino.
O País iniciou ainda a logística reversa de medicamentos vencidos ou em desuso. Só em 2021, mais de 3,6 mil pontos de coleta de medicamentos foram implantados em todo o país, alcançando 70 milhões de brasileiros. Mais de 50 toneladas de remédios deixaram de ser descartados no meio ambiente, no ano passado.