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Penedo

Mistério de cadáver enterrado dois dias após morte é desvendado

José Rosa mostra certidões de nascimento e óbito da criança

O mistério em torno da morte de uma criança de um ano e seis meses foi desvendado na tarde desta quarta-feira (24), quando o avô da pequena Beatriz Matias das Neves, procurou a redação do Aqui Acontece para explicar o que realmente havia acontecido de fato no caso que abalou a cidade de Penedo.

De acordo com o avô paterno da criança, identificado como José Rosa dos Santos, 49 anos, que trabalha como agricultor na cidade sergipana de Santana do São Francisco, a criança sofria de leucemia e estava sendo acompanhada em Maceió pela Associação dos Pais e Amigos de Leucêmicos de Alagoas – APALA, sendo necessário seu internamento no Hospital do Açúcar na última semana, devido a um agravamento em seu quadro de saúde.

Pela declaração de óbito da criança, a causa mortis se deu após uma insuficiência respiratória e um distúrbio hemorrágico sofrido na tarde do último domingo (20). Nesta data a família foi informada da morte da criança pela própria mãe, Antonia Maria das Neves, que acompanhou o quadro de saúde da filha durante todo tempo na capital alagoana.

José Rosa disse ainda que foi buscar a nora e o corpo da neta na segunda-feira, dia 21, quando procurou o serviço social da Prefeitura de Penedo e com um agente funerário responsável se dirigiu a Maceió para voltar com o corpo já no caixão.

Ao chegar em Penedo foi informado que familiares da nora sofriam de doenças cardíacas e hipertensão, não podendo o corpo ser velado na casa dessas pessoas, sendo sugerido deixar o caixão na casa de um primo de sua nora, que reside no conjunto Nilo Menezes, no Bairro Raimundo Marinho, localizado na parte alta da cidade.

A idéia foi a única solução encontrada para que José Rosa pudesse ganhar tempo e resolvesse todas as burocracias necessárias para o sepultamento da criança que aconteceu na tarde da terça-feira, 22 de setembro, dois dias após o óbito. O avô da menina informou que com a guia de sepultamento na mão foi buscar o corpo para conduzir até o cemitério Jardim da Saudade, no Bairro Santa Isabel, mas, sem ajuda para levar o caixão, recorreu a um carroceiro que mora vizinho a casa onde o corpo estava e seguiu para cumprir a missão de enterrar a neta.

Devido ao fato de haver um revezamento de coveiros no cemitério onde a criança foi enterrada, o responsável pelo local no momento de uma entrevista realizada pela Rádio Penedo FM, afirmou que não houve nenhum enterro nos dias anteriores.

“Não pensei que minha neta ficasse tanto tempo esperando pra ser enterrada, mas, fiz o que pude e cumprir minha missão”. Disse o agricultor. Ele também informou que não pagou a taxa de R$ 100 (cem reais) referente a guia de sepultamento cobrada pela Prefeitura de Penedo, mantenedora dos cemitérios da cidade.