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Cultura

Ministro da Cultura recebe carta com pedido de revisão da lei de direitos autorais

Dezenove organizações da sociedade civil entregaram ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, uma carta pedindo ao governo que inicie a consulta pública do projeto de lei que altera a Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/89). O texto – que chegou às mãos do ministro no dia 29 de abril durante o encerramento do Simpósio Internacional de Políticas Públicas para Acervos Digitais – considera que a legislação atual não responde aos desafios colocados pela sociedade da informação, pelas novas tecnologias, pelas novas formas de produção e distribuição de informação, cultura e conhecimento.

Segundo Juca Ferreira, não existe a ideia de adiar a consulta pública. Neste momento, o texto passa por ajustes finais dentro do governo para então começar a fase em que a sociedade poderá encaminhar suas considerações para o aperfeiçoamento do texto. Com base nisso, o Ministério da Cultura consolida um novo projeto de lei e o apresenta no Congresso Nacional.

Importância estratégica

“O direito autoral se constitui como o principal instrumento jurídico organizador da cadeia produtiva da cultura. É ele, basicamente, que regula a distribuição dos dividendos das atividades econômicas da cultura entre criadores e intermediários”, diz a carta, lida por Oona Castro, do Instituto Sociocultural Overmundo, uma das entidades signatárias. É ele também – continua o documento – que regula o acesso do público à cultura e ao conhecimento.

Na opinião do ministro, a nova proposta vai harmonizar os direitos dos autores com os direitos dos investidores e com o direito da população de ter acesso à cultura e ao conhecimento. Essa será mais uma lei para compor o novo marco legal da cultura. Além de ser a base da economia do setor – disse Juca – a lei de direitos autorais deve também colocar a cultura brasileira à disposição de todos.

“A situação atual não é ocasional”, afirmou, referindo-se a algumas distorções provocadas pela lei em vigor fruto de pressões de grupos que hoje gozam de situação de privilégio, quando da tramitação da lei atual. Assim – ressaltou o ministro – o contexto é de alento para se fazer as mudanças necessárias na lei.