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Alagoas

Ministério Público Estadual decreta o fim da “carteirada”

O Ministério Público Estadual (MPE) decretou, de forma definitiva, o fim da “carteirada” não só para policiais, mas para qualquer autoridade, nos cinemas e em qualquer casa de espetáculos. O anúncio foi feito pelo promotor Flávio Gomes da Costa e está publicado no Diário Oficial de hoje.

Flávio Gomes disse que essa recomendação foi enviada ao secretário de Defesa Social, Paulo Rubim. O que ficou determinado pelo Ministério Público é que, a partir de agora, se o agente público quiser ir a algum evento, terá de pagar, a não ser que esteja em serviço, ficando, dessa forma, proibido de dar carteirada.

“Se ele estiver a serviço, poderá entrar sem problema nenhum. Caso o organizador do show tenha alguma dúvida, o procedimento é o seguinte: ele deve deixá-lo entrar e anotar sua identificação funcional e em seguida comunicar o fato à Secretaria de Defesa Social e ao Ministério Público, e nós vamos averiguar se aquela pessoa estava em alguma operação ou não”, explicou Flávio Gomes.

O promotor disse ainda que, caso seja comprovado que o agente entrou no espetáculo sem estar em serviço, sofrerá uma ação de duas ordens: a primeira por abuso de poder e a segunda uma ação civil – que poderá acarretar até a perda do cargo. “Espero que, com essa determinação, possamos modificar este absurdo que é a cultura da carteirada em nosso Estado”, disse ele.

Flávio Gomes afirmou ainda que, numa conversa que teve com o produtor do último show do Chiclete com Banana realizado em Maceió, descobriu que mais de 150 agentes públicos entraram sem pagar. “O que tantas pessoas estavam investigando neste show”, indagou.

Antes de anunciar as medidas, o promotor ouviu ontem a gerente da Centerplex, do Shopping Pátio Maceió, Andrea Marques, e os policiais civis Alcimar Costa, Luciano Palmeira e Aldair Chagas, envolvidos no episódio que culminou no escândalo da carteirada.