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Ministério da Saúde: aids aumenta em jovens homossexuais

A presença do vírus HIV em jovens homossexuais entre 15 e 24 aumentou entre 1990 e 2011, segundo informou nesta segunda-feira o Ministério da Saúde. Há 21 anos, 25,2% dos homens nesta faixa etária infectados com o vírus da aids faziam sexo com outros homens. Esse percentual quase dobrou este ano, atingindo 46,4%.

De acordo com a previsão do ministério, a chance de um jovem gay estar infectado pelo HIV é aproximadamente 13 vezes maior quando se compara este grupo com os jovens em geral. Na campanha de 2011 para o dia mundial de luta contra a aids, celebrado no próximo dia 1º de dezembro, o ministério vai propor a discussão contra o preconceito e a discriminação dessa população.

O aumento da presença do vírus HIV nessa população específica é considerado preocupante pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, o foco da pasta na próxima campanha contra a aids será esse grupo, incluindo os jovens travestis.

“Estamos buscando entender os aspectos de vulnerabilidade dos jovens gays, e quando falamos neles, também temos que falar dos travestis. Temos uma preocupação específica com isso, com entender a vulnerabilidade desse setor. Achamos que para esse público não falta conhecimento: 95% deles sabem que a melhor forma de prevenir a aids HIV é a camisinha”, afirmou Padilha.

O crescimento do número de pessoas infectadas nessa faixa da população é uma tendência mundial, segundo relatório do programa de HIV/aids das Nações Unidas (Unaids). Em 2010, houve mais de sete mil novas infecções por dia em todo o mundo, sendo 34% em jovens entre 15 e 24 anos. Com isso, a determinação da Unaids é que os países reduzam pela metade a transmissão sexual do vírus da aids entre jovens gays até 2015.

Outro grupo que ganhará a atenção redobrada do ministério é o de mulheres jovens, entre 13 e 19 anos. Segundo dados da pasta, esta é a única faixa etária em que há mais mulheres infectadas pelo HIV do que homens. No geral, 0,41% da população feminina brasileira tem o vírus da aids, contra 0,82% dos homens. Em 2011, 137 meninas nessa faixa etária foram identificadas como portadoras do vírus, contra 110 meninos. A quantidade de mulheres entre 13 e 19 anos infectadas pelo HIV é maior que a de homens pelo menos desde 1998.

Diminuição do número de mortes
Houve uma diminuição do número de óbitos causados pelo vírus da aids no Brasil. Em 2009, 12,097 mil pessoas morreram por conta de doenças decorrentes do HIV, contra 11,965 em 2010. Desde 1980 (quando foi registrado o primeiro caso de pessoa com o vírus no País) até 2011, 241,5 mil pessoas já morreram por causa da aids ¿ de um universo de 608,2 mil infectados desde então. O coeficiente de mortalidade, no entanto, permanece estável em 6,3 mortes a cada 100 mil habitantes.