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Alagoas

Ministério da Justiça analisa violência em 10 cidades de Alagoas

Pesquisa pretende identificar reflexos da violência na sociedade

Dez cidades de Alagoas foram escolhidas para participarem da 1ª Pesquisa Nacional de Vitimização, uma iniciativa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão do Ministério da Justiça. No questionário, moradores de Maceió, Rio Largo, Teotônio Vilela, Barra de Santo Antônio, Boca da Mata, Marechal Deodoro, Maragogi, Arapiraca, Penedo e Pilar serão perguntados se foram ou não vítimas de algum tipo de crime e qual o impacto dessa violência em suas vidas.

Essas informações poderão revelar de forma mais precisa a incidência de crimes por áreas e tipos de pessoas mais expostas à violência. É a primeira vez que o Governo Federal ouve a população sobre condições de vida, os fatores de risco e as percepções de segurança, trabalho feito em parceria com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Subsídios para políticas públicas

Os resultados do levantamento permitirão subsidiar políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de convivência e segurança pública da sociedade brasileira. Pesquisadores já começaram a coleta de dados em 300 municípios com mais de 15 mil habitantes. Serão sete meses de trabalho para ouvir 70 mil pessoas sobre temas como notificação de crimes e atendimento dos órgãos de segurança. A previsão é que os primeiros resultados sejam divulgados em fevereiro de 2011.

O secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, explicou que as ocorrências policiais não mostram um retrato real de cada tipo de crime, já que a maioria das vítimas não registra queixa, dificultando a implementação de políticas públicas mais precisas. Balestreri também ressaltou que as informações sobre vitimização permitirão definir ações específicas para garantir a segurança de grupos vulneráveis como homossexuais, jovens, idosos e mulheres.

“Estudos internacionais revelam que as pesquisas de vitimização apresentam números até 18 vezes maiores do que os registros em boletins de ocorrências. Não podíamos sentar nos fóruns internacionais e comparar números porque não tínhamos dados nacionais. Essa pesquisa vai coroar uma nova maneira de fazer segurança pública baseada no conhecimento científico”, disse o secretário Nacional de Segurança Pública sobre a pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, com a consultoria do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP).

Universidades, institutos e acadêmicos poderão solicitar acesso aos dados para a produção de novos estudos sobre a violência no Brasil a partir de fevereiro de 2011. Os critérios para a seleção dessas instituições serão divulgados em edital no Diário Oficial da União. A idéia é ter vários “olhares” sobre os resultados da pesquisa que contribuam para novas ações governamentais.