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Esporte

Milan e Real Madrid fazem o grande clássico da Copa dos Campeões

Ronaldinho Gaúcho é uma das armas do Milan para vencer o Real

Existem muitos que fazem parte da mitologia do futebol e sempre provocam alvoroço. Um deles está marcado para as 20h45 de Milão (17h45, de Brasília) e reúne 16 títulos da Copa dos Campeões, o mais importante torneio de clubes do mundo. No também mítico Estádio Giuseppe Meazza, no bairro de San Siro, o Milan (que sete vezes levou a taça para casa) recebe o Real Madrid, que em nove ocasiões inscreveu seu nome no troféu. Os dois maiores vencedores continentais definem seu futuro no Grupo G.

Os rubro-negros italianos estão em apuros. Duas semanas atrás, perderam por 2 a 0, em Madri, no encerramento da primeira fase, e novo tropeço pode embicá-los no caminho da desclassificação, já que o Ajax (quatro títulos) desponta como força alternativa e hoje visita o Auxerre, o patinho feio da chave. O Real lidera com 9 pontos, 5 gols a favor e nenhum contra. O Milan tem 4 e saldo zero. O Ajax está com os mesmos 4 dos rossoneri e saldo negativo (3 a 4). O Auxerre segura a lanterna, sem pontos, e deve ser o fiel da balança no tira-teima entre os outros dois gigantes.

“A partida de Madri é página virada”, avisou o treinador do Milan, Massimiano Allegri, de 43 anos que pela primeira vez na carreira dirige um time grande. E dá-lhe grandeza nisso. Não é tarefa fácil suportar a pressão de um dos clubes mais populares do país (ao lado de Inter e Juventus) e que tem como dono Silvio Berlusconi, polêmico, controvertido e, vá lá, carismático (para quem gosta dele) chefe de governo. Allegri aparentemente não se abala com o panorama sombrio. “Temos condições de recuperar aquele tropeço, pois nosso time é igualmente forte.”

Palavras de otimismo de praxe, referendadas por Slatan Ibrahimovic, o goleador sueco que anteriormente brilhou na Inter e na Juve e agora é o ponto de referência no ataque milanês. “Não há motivo para desespero”, diz. “Basta fazermos nossa parte”, recomenda, de forma genérica. Ibra fala com a segurança de quem conhece os segredos da grande área e de quem é visto, por técnico e torcedores, como titular indiscutível. Ronaldinho Gaúcho tem retorno assegurado, depois de período de repouso. Robinho é opção no banco.

Há possibilidade de Pato ser preterido por Inzaghi. O brasileiro amarga jejum na Copa dos Campeões e no sábado foi vaiado na derrota para a Juventus por 2 a 1, em casa, pelo Campeonato Italiano. Em favor de Pato estão seus 21 anos. Contam, para Inzaghi, os 68 gols que tem na competição europeia. Está a um do recorde do espanhol Raúl.

Os espanhóis desembarcaram à vontade no início da noite de ontem. Eles adiaram a viagem por causa do mau tempo na Itália. Preferiram treinar em Madri e depois zarpar. Dois portugueses são centro de atenção: em campo, quem comanda é Cristiano Ronaldo, em fase extraordinária e com um outubro de recorde: 13 gols. Fora, quem dá as cartas é José Mourinho, conhecido pelos estragos que fez no Milan quando dirigia a Inter (3 vitórias e 1 derrota no clássico doméstico). Mourinho chegou fazendo média com a antiga torcida: “Gostaria que o jogo fosse Inter x Real”, avisou. “Assim, prestaria homenagem a uma torcida que tão bem me recebeu.”

Mourinho pode ficar tranquilo: metade de Milão estará a seu favor hoje.