O governo do presidente do México, Felipe Calderón, anunciou a localização de sete suspeitos de participação no massacre de 72 imigrantes, na fronteira com os Estados Unidos, ocorrido há duas semanas e meia. Três suspeitos foram mortos e quatro são mantidos presos. O porta-voz da Presidência da República mexicana, Alejandro Poiré, confirmou ainda que três sobreviventes da chacina – um equatoriano, um hondurenho e um salvadorenho – contribuem para as investigações.
“Os ataques a imigrantes, perpetrados pelo crime organizado, requerem toda a atenção e o esforço dos Três Poderes do nosso país e de outros países onde se originam as redes de tráfico”, afirmou o porta-voz, em entrevista coletiva. “O governo do México reitera seu compromisso de combater estes crimes a partir de uma perspectiva holística, incluindo a prevenção, repressão e punição, além dos cuidados das vítimas”.
Poiré afirmou ainda que, do grupo, há suspeitos que pertencem aos cartéis de Los Zetas e El Golfo, que atuam no narcotráfico e no tráfico de pessoas na região fronteiriça entre os Estados Unidos e o México. “O Ministério Público vai continuar as investigações para apresentar os responsáveis à Justiça”, afirmou ele, referindo-se às apurações comandadas pela Procuradoria-Geral da República do México.
Há duas semanas e meia, um grupo de imigrantes, que seguia para os Estados Unidos, foi morto por criminosos em uma fazenda entre as cidades de Reynosa e San Fernando, no estado de Tamaulipas. No local foram encontrados corpos de homens e mulheres amordaçados, com pés e mãos amarrados, olhos vendados e colocados de costas para as paredes.
O equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, que sobreviveu à chacina, contou às autoridades que o grupo de imigrantes se recusou a trabalhar para os criminosos e por isso foi morto. De acordo com Poiré, 27 corpos identificados foram repatriados, dos quais 16 para Honduras e 11 para El Salvador.
No caso do Brasil apenas o brasileiro Juliard Aires Fernandes, de 20 anos, teve o corpo identificado. Mas há a expectativa de identificação de outro brasileiro, Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, pois vários documentos dele foram localizados na fazenda onde estavam as vítimas do massacre.
Peritos da Polícia Federal do Brasil foram autorizados, pelas autoridades mexicanos, a trabalhar na identificação dos corpos. As dificuldades são geradas pelas más condições em que as vítimas foram encontradas – em adiantado estado de decomposição – e a demora no transporte do interior do México até a capital, a Cidade do México.