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Metodologias para Bobagens

A nossa centenária Cidade do Penedo “jóia da escultura barroca”, “cidade dos sobrados”, “berço da cultura alagoana” que chegou aos seus 475 anos de existência física, em que pese sejam estranhas as datas, é preferível ficar também com essa. “35 anos após a descoberta já existia aqui um núcleo populacional, núcleo este – limítrofe, baliza, atalaia”

As mudanças ocorridas através dos séculos que nos conceberam cidadãos penedenses, e as sofridas transformações que nos testam a inteligência, o senso critico e moral também nos remete às idéias núcleos divisória, separatista e independente. E, Cuidado! É altamente desaconselhável o contato direto com mentes seguidoras dessas idéias. Com base nas metodologias criadas para afirmar bobagens desnecessárias, a proposta é validada pela máxima de um poder efêmero racionalmente explicitado pelo indicativo: ESTOU!

Ora pois, como não?

No Penedo, moçoilas e “moçoilos” aparentemente inteligentes são corrompidos pela simples ação que lhes faculta o uso de um estúpido crachá pendurado no pescoço, e cuja validade, pré-datada, é estampada na testa, como um rótulo a atestar suas capacidades. Ignorantes das ações desenvolvidas pelos poetas mortos das calçadas e pelos poetas vivos das esquinas, nesse Penedo são desconhecidos, obviamente, a razão e o significado das traças tisanuras (traças de livros), pois aqui não mais se arrua pelo forte, mas certamente se praticam fortes arruaças.

No Penedo, jovens “alienígenas” são facilmente ludibriados por uma sede insaciável de oportunidades múltiplas. Seguidores restritos dos poetas dos bares e destruidores de suas próprias poéticas. Jovens ociosos, desprovidos de todos os sensos, incapazes de perceber as alienações, cujas faltas destas os tornam fatalmente seres obumbrados.

No Penedo, frustrantes gestores fogem feito diabo a fugir da cruz. Incautos senhores que tanto esbravejam o amor pela terra penediana, e que na confiança de seus rebanhos finitos, agindo de surdina, metem os pés pelos bolsos, as mãos pelos pés e a cabeça e a moral já não mais erguidas, descem aos infernos incitados pelos desejos daqueles que lhe confiaram o acesso ao velho poder, ainda efêmero. Não podemos ser omissos, ainda, às paradas quadrianuais as quais a juventude do Penedo e até aqueles cujo registro geral não mais afirma este termo. – Nas paradas a cada ponto, as bandeiras apontam aos céus – “tu vistes senhor, e concetistes”, ao menos a recompensa pífia vem a cada final de sexta, as moedas são expostas ao sol, este, o mesmo que peca se nos lembrarmos do poeta Pessoa. E mais que isto, para aquele cuja capacidade de soerguer a bandeira além do limite estabelecido, e também o grito afoito e desgarrado alcançar extremos decibéis; somente a estes, serão ofertados os crachás pré-datados. Essa é uma das lamentáveis máximas do Penedo do século 21.

O Penedo que afirma a competência do vizinho, que não confia em seus mestres, renegando os valores, quando nada, invertendo-os nas melhores hipóteses. É o Penedo da inveja, da mesquinhez e da ignorância política, da mentalidade oligofrênica. Da ingerência.

No Penedo de hoje, as rochas lodorentas que ainda sustentam casarões e casebres, servem também para abrigar toxicômanos dos mais variados, “Hips e hapers” e porque não dizer também dos pretensos socialites ripongas que longe da luz e da sirene policial acendem as chamas da ilusão, mas, nem estas mesmas são capazes de remediar suas tormentas. Para tanto, a cada palito gasto, “o mar expulsa covardes”. E pela expulsão primária, os meninos do rio dançam e quebram vidraças em homenagens explicitas ao deus, já entorpecido e renegado, e brincam e cantam sob o testemunho único do Rio que ainda não se atreveu a expulsar os covardes.

São essas as metodologias para bobagens produzidas para explicitar uma sociedade carregada de erros seculares, herdados provavelmente, dos nossos fatídicos descobridores de 500 anos. Porem nossa Penedo já está passando da hora de cair na real.

Vale lembrar ainda que todos os penedos citados são intimamente ligados aos seus penedianos, talentosos da arte de afagar sopas frias. Admiradores das vespas, detentores de artrose dedal, ocasionada pela ação constante de uma pscopatia social, e por que não dizer também cultural.

De todos os penedos, não esqueça de um (não citado anteriormente), o penedo dos sonhadores de fé, dos anarquistas, dos fleumáticos e dos camaleões. Esses também formam o Penedo do Século 21, assim como provavelmente formarão os do século 30, isso, partindo do pressuposto de que há momentos em que calar é um crime. E por esse crime eu não serei condenado.