Será inaugurado nesta segunda-feira (29), em Maceió (AL), o “Memorial Pessoas Imprescindíveis”, em homenagem aos alagoanos mortos na luta contra a ditadura que dominou o Brasil durante 21 anos. São eles: Odijas Carvalho de Souza, José Dalmo Guimarães Lins, José Gomes Teixeira, Luiz Almeida Araújo, Gastone Lúcia de Carvaho Beltrão, Manoel Lisboa de Moura, Túlio Roberto Cardoso, Jayme Amorim de Miranda e Manoel Fiel Filho.
A artista plástica Cristina Pozobon criou a escultura para o memorial instalada na praça da Paz, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Também será aberta a exposição “Direito à Memória e à Verdade – A Ditadura no Brasil 1964 – 1985”. Concebida originalmente para comemorar os 27 anos da promulgação da Lei da Anistia no Brasil, a exposição foi aberta ao público pela primeira vez, em agosto de 2006.
A mostra fotográfica foi instalada em mais de 50 cidades no Brasil, alcançando um público superior a dois milhões e meio de pessoas. A mostra esteve, ainda, em Buenos Aires, na Argentina, e na Universidade de Coimbra, em Portugal.
O projeto Direito à Memória e à Verdade recupera uma passagem histórica vital para a consciência crítica do povo brasileiro, por meio da realização de exposições fotográficas e seminários, além da instalação de memoriais.
No Brasil, a radiografia dos atingidos pela repressão política ainda está longe de ser concluída, mas sabe-se que pelo menos 50 mil pessoas foram presas somente nos primeiros meses da ditadura militar, cerca de 20 mil brasileiros passaram por sessões de tortura e 356 cidadãos morreram ou desapareceram, conforme levantamento da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos da Secretaria de Direitos Humanos.
Além disso, existem 7.367 acusados e 10.034 atingidos na fase de inquérito em 707 processos judiciais por crime contra a segurança nacional. Isso sem falar nas milhares de prisões políticas não registradas, nas quatro condenações à pena de morte, nos 130 banidos, 4.862 cassados, nas levas de exilados e nas centenas de camponeses assassinados.
Com a publicação do livro Direito à Memória e à Verdade em dezembro de 2007, foi dado início a esse projeto de resgate histórico, desenvolvido em parceria com a Fundação Luterana de Diaconia com o apoio da Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice).