Médica do Rio de Janeiro se apresentou na Secretaria de Saúde Penedo e disse que não trabalharia 40hrs semanais
Oficialmente os profissionais inscritos no programa federal – Mais Médicos -, começam a trabalhar nesta terça-feira (03). Na lista, oito munícipios alagoanos foram contemplados, somando dez médicos. A maioria iria para cidades do interior do estado com maior índice de vulnerabilidade social.
Porém, dois médicos se recusaram a cumprir a jornada de 40hrs semanais. Logo, Penedo e Branquinha ficaram sem profissionais nessa primeira chamada. O município ribeirinho voltou a confirmar a carência de profissionais ao Ministério da Saúde, que pode ser suprida com médicos cubanos.
“Na primeira adesão solicitamos seis médicos e fomos contemplados com apenas um do Rio de Janeiro. A Dr. Ana Carolina veio na semana passada, se apresentou e, disse que não tinha interesse no programa se fosse para cumprir jornada semanal de 40hrs. Ela tentou fazer um acordo para diminuir a carga horária, alegando ser casada e ter filhos. O que de pronto, recusei. O programa contempla 40hrs semanais, então é preciso cumprir. O edital é claro ao informar que o médico deve cumprir 40hrs. Existem regras no Programa Saúde da Família (PSF), que a profissional iria desempenhar”, explicou a coordenadora de Atenção Básica de Penedo, Camyla Athaide.
Segundo a coordenadora, com a recusa, o profissional prontamente é descredenciado do programa. “Com a recusa da médica do Rio de Janeiro, de imediato, ela foi desvalidada, não podendo atuar mais pelo programa federal Mais Médicos. Então, voltamos a confirmar a necessidade de seis profissionais. Agora, a carência pode ser suprida por cubanos”, concluiu.
“Não se faz medicina apenas com estetoscópio”
Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Wellington Galvão, os médicos que estão desistindo de participar do programa estão de parabéns. “O programa federal é puramente eleitoreiro. Não existe um profissional ganhar menos de 50% do piso nacional. Em nenhuma área. O que estão pagando é muito inferior ao salário que ganhamos. Saúde não se faz apenas com estetoscópio”, criticou.
Wellington Galvão concluiu: “os profissionais estão de parabéns. O Mais Médicos não vai suprir as necessidades da população diante da falta de estrutura e condições precárias de trabalho”.