A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), equipamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), está pleiteando o selo de certificação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), uma estratégia que busca promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. Para conseguir o título, a maternidade deve cumprir os dez passos obrigatórios descritos na Portaria nº 1.153 de 22/05/2014, e a maternidade se organiza para atingir esse objetivo.
De acordo com a superintendente da MNSL, Lourivânia Prado, foi criado o Núcleo de Qualidade da MNSL, que trata das Políticas de Humanização, e uma delas é justamente a Iniciativa Hospital Amigo da Criança. “A IHAC traz o cuidado humanizado para a mulher, para a criança e para a família no contexto do aleitamento materno. Com o objetivo de ter o selo de certificação do Hospital Amigo da Criança e também de melhorar nossos índices e fluxos, estamos iniciando os processos de organização para atingir as diretrizes impostas para conquistar o título”, explicou.
A enfermeira e técnica do Núcleo de Qualidade, responsável pela Política da IHAC na MNSL, Mágda Dória, contou que o processo foi iniciado com uma oficina sobre o IHAC para os gestores da MNSL.
“O primeiro passo foi trazer todos os gestores da maternidade, inclusive das unidades anexas como o Banco de Leite e o Ambulatório de Seguimento, para discutir o planejamento de todas as ações. Esse foi o momento disparador do processo. Esperamos que, até o final de 2024, recebamos o título da IHAC, e ainda queremos que essas ações contribuam justamente para a redução da mortalidade infantil, no caso, para a redução da mortalidade neonatal. Precisamos trabalhar como Hospital Amigo da Criança, que é uma estratégia mundial que foca na melhoria da assistência por meio do aleitamento materno”, enfatizou Mágda.
Em Sergipe, as maternidades São José, em Itabaiana, Zacarias Júnior, em Lagarto, e Santa Isabel, em Aracaju, já têm esse título. “Elas são maternidades de risco habitual, ou seja, comum. No entanto, ser um Hospital Amigo da Criança enquanto maternidade de alto risco é bastante desafiador. Tem que ter um olhar diferente das necessidades de cada criança e de cada mãe de alto risco que não está bem, e de que forma vamos organizar para cumprir as diretrizes da iniciativa. É bem desafiador, mas estamos todos motivados e vamos conseguir”, frisou a técnica do Núcleo de Qualidade da MNSL.
Diretrizes
Os dez passos para o sucesso do aleitamento materno são os seguintes:
1. Ter uma política de aleitamento materno escrita que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados da saúde;
2. Capacitar toda a equipe de cuidados da saúde nas práticas necessárias para implementar essa política;
3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno;
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento;
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se separadas dos seus filhos;
6. Não oferecer aos recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica;
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos – 24 horas por dia;
8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda;
9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas;
10. Promover grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na alta da maternidade.