A taxa de homicídios cresceu no interior do país e diminuiu nas capitais e regiões metropolitanas, segundo o estudo Mapa da Violência 2010 – Anatomia dos homicídios no Brasil, que foi apresentado nesta terça-feira (30) em São Paulo.
Enquanto nas capitais a taxa de homicídio caiu 19,8% entre os anos de 1997 e 2007, no interior a taxa cresceu 37,1%. Em 1997, a cada 100 mil habitantes, 45,7 pessoas morriam nas capitais brasileiras. No interior, o número era de 13,5 mortes. Dez anos depois, as mortes nas capitais chegaram a 36,6 a cada 100 mil habitantes, enquanto no interior, subiu para 18,5.
Segundo o estudo, de autoria de Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari, essa “interiorização da violência” se deve ao deslocamento dos pólos industriais para o interior, o que atraiu investimentos, gerou emprego e renda e atraiu também a criminalidade.
Outro fator que explica essa interiorização é que a partir do Plano Nacional de Segurança Pública, a segurança nas capitais e nas regiões metropolitanas foi ampliada e isso dificultou a ação da criminalidade organizada, que migrou para o interior. Há também que se considerar como fator determinante, segundo o estudo, a melhora das estatísticas sobre mortalidade no interior.
O município com maior taxa de homicídios do Brasil é Juruena, no Mato Grosso, com taxa de 139 mortos a cada 100 mil habitantes. Em seguida Nova Tebas, do Paraná, tem taxa de 132 mortos, e Tailândia, no Pará, com 128,4 mortos para cada grupo de 100 mil habitantes. A capital mais violenta e que aparece na oitava colocação no ranking de municípios é Maceió, com 97,4 mortos a cada 100 mil habitantes.