Não gostaríamos de viver em outro país senão no Brasil. Não deixa de ser um país que apresenta algumas virtudes, mas como um cometa, deixa no espaço vazio um rastro da mais conhecida podridão, acrescida da perplexidade pelo desordenamento funcional das mais importantes instituições. Não bastasse, vivemos o dia-a-dia de uma violência tal que nos equipara a um permanente estado de guerra civil, superior a muitas em andamento no que diz respeito ao número de mortos. Outrossim, há momentos que ficamos decepcionados, desapontados e incrédulos com uma considerável parcela de pessoas, por burrice, fanatismo e pouco apreço pelo Brasil, pretendem destoar uma realidade incontroversa. O ponto dessa cegueira que deixa de enxergar o óbvio parte de um dos maiores atores do Brasil, Lula, o mestre da arte representativa, capaz de convencer de que dois mais dois são três. Distorcer a verdade dos fatos é a coisa mais simples, feita com naturalidade, dando um colorido na ênfase de suas argumentações. Com isso consegue formar uma massa de fanáticos ignorantes e políticos que sonham numa hipotética candidatura de Lula, reconhecidamente puxadora de votos. Como um anjo injustiçado poderá ficar fora desse pleito? Assim pensam, por exemplo, os senadores Requião, lobão e Renan Calheiros em recente visita ao venerável Lula, afirmando os mesmos, em uníssono, que esta preso injustamente, sem provas, contrariando a constituição federal. Quem é Renan para falar em respeito à constituição quando, na condição de presidente do senado, juntamente com Lewandovsky, presidente do STF, no processo de cassação da presidente Dilma, atropelaram a coitada constituição! São autênticos canalhas da demagogia.
Para conseguir esse objetivo, maliciosamente aguardaram que o desembargador Fraveto, velho militante petista e nomeado pelo PT, assumisse o plantão. Como plantonista, recebeu a petição de habeas corpus e, sem pestanejar, determinou que se lavrasse de imediato o alvará de soltura para ser cumprido dentro de uma hora. Já estava tudo programado. Só não esperavam uma pronta e contrária reação do juiz Sérgio Moro, opinando, do presidente da turma julgadora e por fim do próprio presidente do Tribunal da Oitava Região, Rio Grande do Sul. Nesse dia, um domingo, entre idas e vindas de decisões contraditórias, a justiça vestiu os trajes de palhaço. Após toda essa pantomina o passarinho continua engaiolado.
Um horrível dia, quando ficou desmoralizado um faz de conta de desembargador achincalhador da justiça brasileira que cada vez mais perde credibilidade, sentindo-se o cidadão sem uma tábua de salvação, navegando na imensidão do oceano num barco sem leme. Admitimos como coisa normalíssima as diferenças de opinião, mas não podemos conceber que pessoas que atuam nos mais altos escalões do judiciário desconheçam normas processuais elementares, despidas de conflitos de interpretação. Como entender, por exemplo, que um desembargador se insurja contra uma decisão colegiada? Vergonhosamente, o referido desembargador, um transviado de suas funções, ignorou a lei, tomou um rumo partidário e julgou politicamente a favor do seu simpático PT. Nunca se assistiu tamanha ingenuidade!
Mas, voltando ao título acima, imaginemos Lula de volta à Presidência da República. Como se sentiria o brasileiro de vergonha? Qual seria a imagem do Brasil no conceito internacional? É normal que a plebe ignara não tenha a menor noção desse aspecto. Deixa-nos incrédulos os esclarecidos que demonstram pouco apreço pelo seu país, que passaria a ser objeto de chacota. O fanatismo cega-os, achando que PT, sinônimo de Lula, seu proprietário e estrela solitária é quem de fato tem condições de salvar o Brasil. É que o fundamentalismo petista causa cegueira e suga a inteligência de muitos de seus integrantes. Os jornais de todo o mundo estampariam em suas manchetes: o Brasil libera o mais perigoso pirata que se especializou na arte de urdir na surdina grandes tramoias e assume mais uma vez a Presidência da República. Inusitadas manchetes!
Como passaria a ser visto o brasileiro? Passaríamos, honestos e bandoleiros, postos no mesmo saco. Ficaríamos sem condições de receber visto de entrada em qualquer país, vez que passaríamos a ser considerados uma corja de párias, vagabundos e ladrões.
Não é isso o que queremos para o Brasil!