Após receber elogios e agradecimentos do governador de Alagoas, o tucano Teotônio Vilela Filho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo não tem intenções eleitorais ao tomar as decisões sobre investimentos públicos.
“Quem ouviu o discurso do companheiro Téo sabe que ele é de um partido que terá adversário para nos enfrentar. A gente não está pensando em 2010, nas próximas eleições.”
Lula participou de inauguração da adutora Helenildo Ribeiro, na cidade de Palmeira dos Índios, em Alagoas. A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Além do governador tucano, acompanharam Lula a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e o senador alagoano Fernando Collor de Mello (PTB). O também senador alagoano Renan Calheiros (PMDB) foi citado por diversos presentes no evento.
Ao iniciar o discurso, Lula afirmou que os senadores Renan e Collor têm ajudado o governo. “Eu quero aqui fazer justiça ao comportamento do senador Collor e do senador Renan, que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado.”
Depois, o presidente disse que “até outro dia” os presidentes da República tinham intenções políticas em suas ações.
“Um presidente da República que pertencesse a um partido político, não visitaria um governador que pertencesse a outro partido político. Ele não faria uma obra numa cidade onde o prefeito fosse de outro partido. Passaram-se décadas e o Brasil foi sofrendo com os desmazelos da irresponsabilidade das pessoas que foram eleitas.”
Em seguida, Lula afirmou ainda que o governo “não tem a irresponsabilidade de colocar divergências com governador, deputado ou senador acima da obrigação de governar”.
Sucessora
Com Dilma no palanque, Lula voltou a dizer que elegeria a sucessora nas eleições do ano que vem.
“Está chegando o ano eleitoral e eu não posso falar de eleição. Mas eu só vou dizer uma coisa para vocês. Podem escrever: eu vou fazer, eu vou ajudar a eleger a minha sucessora neste país.”
Durante sua fala, Lula questionou os críticos do bolsa-família e das ações de seu governo e disse que é preciso priorizar investimentos no Nordeste.
“Além do Collor que é de Alagoas, o último presidente a vir aqui foi Juscelino Kubitschek há 50 anos. Se um presidente não quiser olhar a cara do povo, sentir o drama do povo e conhecer as lamúrias e as agruras deste povo, o presidente não consegue governar. Aqui cada um que vive em Brasília sabe que não é o mundo real. Ser presidente é conhecer como vive o povo nas entranhas do país.”
Ao discursar antes de Lula, Teôtonio Vilela afirmou que a data era “histórica” para o estado e elogiou a atuação de Lula. “Ao senhor e a todo seu governo muito obrigado. Pela amizade, pela disposição com que todos os ministros do governo do presidente Lula têm com as reivindicações do estado de Alagoas.”
Ao final, Teotônio pediu palmas para Lula e disse que fazia o mesmo em todas as assinaturas de convênio com o governo federal, mesmo quando o presidente não está presente.