Após percorrer os primeiros 16 quilômetros da Ferrovia Transnordestina e participar da assinatura de contratos de outros trechos da obra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Região Nordeste não pode mais ser vista como a “escória” do país.
Em discurso em Missão Velha, no Ceará, Lula citou as obras de transposição do Rio São Francisco como exemplo de sucesso do seu governo. “A transposição era um desejo de dom Pedro [Primeiro]. E nem dom Pedro conseguiu fazer, nem ele, que era imperador, filho do rei. Foi preciso vir o Lula, filho da dona Lindu, para fazer”.
Lula disse que parte do atraso dos indicadores sociais e econômicos do Nordeste em relação ao restante do país se deve à classe política da região. “Uma parte da elite do Nordeste era colonizada, tinha a cabeça que pensava pelo Rio de Janeiro e São Paulo, não pensava nos nordestinos”.
O presidente disse que os investimentos feitos no Nordeste nos últimos anos não tiraram recursos de outros estados do país e que era preciso trabalhar para reduzir as diferenças regionais, com fortalecimento da infraestrutura e das condições de crescimento da economia local.
“Não era justo que o Nordeste continuasse a ser tratado como se fosse a escória deste país. Não queremos mais ser exportadores de servente de pedreiro para São Paulo. A gente não quer ser só pedreiro, a gente quer ser engenheiro, a gente quer ser médico”.