Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), lançou o livro Como dominar o QGIS: o guia definitivo para mapeamento. A publicação, com selo da editora Letras Ambientais, é destinada a profissionais de diferentes áreas que usam o geoprocessamento para mapeamento ambiental, climático e agrometeorológico no QGIS. A obra ensina o passo a passo sobre como dominar o geoprocessamento “Mapa da Mina”, método desenvolvido e registrado pelo Lapis, para realizar monitoramento. O livro é distribuído gratuitamente, sob a licença Creative Commons, atribuição não comercial, e pode ser baixado neste link
O coordenador do Lapis, professor Humberto Barbosa, explica que o geoprocessamento é um conjunto de técnicas matemáticas e computacionais, relacionadas à coleta e ao tratamento de informações espaciais, feito por meio de softwares de Sistemas de Informação Geográfica (SIG).”Os SIGs são usados por profissionais de diferentes disciplinas para mapear áreas e fenômenos, usando geolocalização. O QGIS é o software SIG mais usado no Brasil e no mundo, por ser um software livre e de código aberto, com o avanço da tecnologia compartilhado entre os usuários. É um software de Sistema de Informação Geográfica (SIG) usado para processar dados georreferenciados, desde a sua coleta até a visualização, geralmente em forma de mapas”, esclarece.
Estrutura do livro
No livro Como dominar o QGIS, o Lapis organizou e disponibilizou o conhecimento que forma a base de todas as estratégias, técnicas, processos e métodos que implementou, ao longo da sua trajetória de 15 anos. “O leitor vai aprender a utilizar o guia definitivo para dominar o QGIS, o software de geoprocessamento mais usado no Brasil e no mundo, seguindo o método desenvolvido pelo Lapis. Revelamos o mesmo método usado pela equipe interna do Laboratório e que já levou centenas de pessoas a usar o verdadeiro poder da tecnologia de geoprocessamento no QGIS”, diz o docente. E destaca: “Acreditamos que o conhecimento revelado no livro pode transformar a maneira como usuários usam o QGIS para fazer mapeamento ambiental, climático e agrometeorológico”.
O livro está estruturado em oito capítulos, compartilha questões cruciais aos estudantes e profissionais que usam geoprocessamento e sensoriamento remoto: desde como obter dados de satélites, com tecnologia descentralizada e de baixo custo, como o Sistema EUMETCAST, passando por indicadores ambientais e índices de vegetação, processados no QGIS, até a disponibilização de uma amostra de dados do satélite PlanetScope. Dessa forma, o próprio leitor poderá baixar o software QGIS, processar e analisar imagens de satélites de alta resolução, gerar mapas e utilizar técnicas avançados para mapeamento no QGIS.
Além de compartilhar o método “Mapa da Mina”, registrado pelo Lapis, para dominar os pilares do QGIS, a obra também revela um método para se estimar a produtividade da cana-de-açúcar, usando indicadores baseados em dados de satélites.
Método de geoprocessamento do Lapis
O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Ufal foi fundado há 15 anos, quando seu fundador, o professor Humberto Barbosa, trouxe da Europa e implantou no Brasil a tecnologia descentralizada de recepção de dados de satélites, chamada “Sistema EUMETCast”. Desde então, o docente se dedica a desenvolver metodologias e a treinar pessoas no Brasil e na América Latina. Humberto defende que a tecnologia do geoprocessamento está disponível para todos, independente da sua área ou profissão.
“O guia ‘Como dominar o QGIS’ revela o método sobre como utilizar o verdadeiro poder do QGIS. Ensina os caminhos para gerar mapas, processar e analisar imagens. O livro contempla resultados das pesquisas, métodos, técnicas, processos e estratégias, testados e utilizados pelo Lapis ao longo da sua trajetória, sobre o aprendizado de geoprocessamento, particularmente o domínio do QGIS”, destaca Barbosa.
Programa Brasil Mais
Barbosa informa que grande parte dos dados de satélites usados no livro Como dominar o QGIS: o guia definitivo para mapeamento é oriundo da constelação de satélites PlanetScope, obtidos por meio do Projeto Brasil Mais (Meio Ambiente Integrado e Seguro), da Polícia Federal, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil.
Desde janeiro de 2021, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio do Lapis, aderiu ao Programa Brasil Mais para realizar pesquisas e treinamentos de alto nível na área de geotecnologias. “A Ufal foi a primeira instituição de ensino no Brasil a aderir ao Programa, assim como também foi, em 2007, a primeira universidade no país a instalar o Sistema EUMETCast, para recepção descentralizada de dados de satélites”, ressalta o pesquisador da Ufal.
Em contrapartida ao Convênio Brasil Mais, o Lapis oferece dados meteorológicos e ambientais, obtidos pelo Sistema EUMETCast, para apoio às ações da Polícia Federal. O Programa Brasil Mais incentiva o uso de imagens de alta resolução, a tecnologia mais avançada em sensoriamento remoto, para ações de mapeamento ambiental e combate à criminalidade. A plataforma permite o acesso e o compartilhamento das imagens de satélites diárias, com resolução espacial de três metros, adquiridas pela constelação PlanetScope que é composta por mais de 130 satélites.