Escritor faleceu neste domingo (23) em Barcelona, na Espanha
Minha pátria não é a língua portuguesa/ Nenhuma língua é a pátria/ Minha pátria é a terra mole e peganhenta onde nasci e o vento que sopra em Maceió/ São os caranguejos que correm na lama dos mangues e o oceano cujas ondas continuam molhando os meus pés quando sonho/ Minha pátria são os morcegos suspensos no forro das igrejas carcomidas, os loucos que dançam ao entardecer no hospício junto ao mar, e o céu encurvado pelas constelações/ Minha pátria são os apitos dos navios e o farol no alto da colina/ Minha pátria é a mão do mendigo na manhã radiosa. Assim, definia Lêdo Ivo, sua terra natal, no poema de sua autoria “Minha Pátria”.
Lêdo Ivo, alagoano, jornalista, poeta, romancista, contista, cronista, ensaísta e imortal, desde o dia 13 de novembro de 1986, ocupante da cadeira número 10. Nascido em Maceió, no dia 18 de fevereiro de 1924 e, que estreou na literatura aos 20 anos, com o livro de poesias, As Imaginações, morreu neste domingo (23), aos 88 anos, em Barcelona, Espanha. Familiares relataram que ele passou mal quando almoçava. O escritor estava a passeio na cidade, onde passaria o Natal.
Os familiares de Lêdo Ivo estão agilizando os trâmites burocráticos para o translado do corpo. Ele deve ser enterrado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro.