×

Maceió

Limpeza urbana: conheça exemplos de quem mudou de hábitos em 2014

Nem sempre mudamos por que queremos. Nem sempre mudamos por que é mais fácil. Às vezes, mudamos por que é o nosso dever. Seja na vida ou com o lixo que produzimos, a transformação é sempre necessária. Mudar hábitos no manejo de resíduos não apenas parece como é, de fato, bem mais fácil do que imaginamos.

Informação ajuda, inclusive no despertar para reflexões sobre o tema, porém, primeiro é preciso querer . É aí que tudo começa. A consciência cidadã de uma responsabilidade que sempre se inicia em quem gera o lixo.

Por exemplo, aquela pessoa que decidiu que, a partir daquele momento, só colocaria o lixo na porta nos dias de coleta – lembrando que a informação está disponível no site da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum). Ou o cidadão que resolveu ter mais uma lixeira para colocar o material reciclável e então doá-lo semanalmente a uma cooperativa de catadores ou a um catador informal. Simples. O mínimo de trabalho e o máximo de contribuição, num benefício social que automaticamente se reverte como ganho pessoal. Afinal, o lugar que você vive vai ficar mais limpo e, consequentemente, melhor.

Enfim, quando o assunto é manejo de resíduos, os exemplos também são importantes pois materializam o encontro entre teoria e prática e o diálogo entre informação e educação.

Ao longo do ano, a Slum apresentou diversos exemplos de pessoas que transformaram práticas, hábitos e condutas no maneja de resíduos. Da dona de casa que passou a ter mais cuidado com a disposição do lixo ao proprietário que regularizou a situação de seus terrenos, do empresário que contratou empresa privada de coleta ao carroceiro que passou a destinar suas cargas para o Ecoponto.

Vejamos a seguir alguns deles. Quem sabe, eles possam incentivar mais mudanças em mais pessoas no ano que vem.

Como o caso de Luciane Pereira, moradora do Conjunto Santo Onofre, no Jacintinho. Depois que as educadoras ambientais da Slum visitaram sua casa com as orientações do Projeto Varre Grota, ela passou a descarta o lixo apenas nos dias de coleta. E mais, a partir de então, ficou mais atenta para o descarte inadequado de resíduos que ela própria fazia – muitas vezes por não ter a informação adequada.

Como o projeto visa conscientizar moradores de comunidades de difícil acesso com o tema, a ação continuada de educação ambiental (também realizada com a participação de novos garis comunitários) e as mudanças de logística de coleta implantadas na região estimularam a população local a se espelhar no exemplo do outro e hoje Luciane Pereira vive num ambiente mais limpo e higiênico graças a ela própria que passou a colaborar com a sua comunidade e com a Prefeitura de Maceió.

Outro que mudou a conduta foi o fretista João Moraes Silva. E olha que a sujeira que ele fazia era grande. Ao ser contratado para remover resíduo de construção civil de uma pequena reforma ou destinar um móvel ou eletrodoméstico volumoso e inservível – de colchão a geladeira -, ele recolhia para depois despejar numa esquina, calçada ou terreno aberto. Foram quase dez anos fazendo isso.

João era responsável por piorar o que, provavelmente, seja o principal desafio da limpeza urbana: os pontos crônicos de lixo.

Felizmente, com a abertura do Ecoponto Pajuçara desde junho de 2014, o frentista passou a levar seu carrinho com entulho, metralha ou poda de árvores para lá. “Eu achei muito bom. Ao invés de jogar na rua, deixamos aqui”, diz ele, que frequenta diariamente a estrutura montada na Rua Campos Teixeira, s/n, Pajuçara (mesma rua do ginásio do Colégio Santa Rosa).

Agora, João Moraes é menos a sujar a cidade e, consequentemente, mais um contribuir com a sua limpeza. Lembrando que o Ecoponto funciona de segunda a sábado, das 08h às 18h, e aos domingos, das 08h às 12h, mas que ele não recebe lixo orgânico. Conheça. Não paga nada. Basta ir lá e entregar.

No outro extremo da cidade, João Francisco é cabeleireiro no Conjunto Bela Vista, nos arredores do Benedito Bentes II. Quando a educadora ambiental da Slum saiu de sua residência, ele não teve dúvidas: passaria a praticar a coleta seletiva.

Primeiro, por que ele viu como era fácil – bastava colocar tudo o que era plástico, metal, vidro e papel no saco de rafia fornecido pela cooperativa. Segundo, por que ele passou a conhecer os benefícios de quem prática – preservação ambiental, geração de renda para família dos catadores e melhores condições de limpeza na comunidade.

“Acredito que é fazer um bem para a cidade. Não custa nada separar”, comentou, antes de apontar para o adesivo indicativo de adesão à coleta seletiva colado na porta de sua residência.