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Policiais e Bombeiros Militares realizam Assembleia Geral

A primeira assembleia do Movimento Unificado dos Policiais e Bombeiros Militares de Alagoas, realizada nesta quarta-feira (01) resultou em vários encaminhamentos e a aprovação de cinco itens expostos e debatidos. A categoria decidiu pelo movimento exclusivo dos militares, pelo pedido de exoneração do secretário da Defesa Social e do comandante-geral da PM e também aprovou a divulgação de uma nota oficial na imprensa em repúdio ao descaso com a segurança pública, visitas às Companhias, batalhões e bases da capital e interior para aumentar a mobilização, além de rejeitar a proposta do Governo que seria a de beneficiar os militares apenas com os 7% de resíduo (débito antigo), excluindo as seis datas-bases e o quinquênio. O Movimento deu um prazo de oito dias para que Teotonio Vilela, por meio da Secretaria de Gestão Pública, se posicione sobre as reivindicações.

De acordo com o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas, major PM Wellington Fragoso, este momento que todos os militares estão vivenciando é complicado. Ele considera que a maioria dos militares foi embalado pela falta de comprometimento por parte do Governo, e que é necessário que todas as entidades juntamente com seus associados busquem melhorias em prol da categoria. “Não conseguimos o índice de aumento esperado e tentamos negociar com o Governo a correção do quinquênio, as datas-bases e os sete por cento de resíduo através da Segesp, mas, infelizmente até hoje não há nada concreto. Além disso, nossas sindicâncias e processos estão em aberto e a qualquer momento podem ser retirados da gaveta”, desabafou Fragoso.

Os militares querem reforçar o movimento e decidiram que devem caminhar sozinhos, em caso de mobilização, porque entendem que há reivindicações que não podem ser generalizadas e o Governo tem de enxergá-los como categoria forte e que merece respeito, independentemente do apoio de outros segmentos.


O presidente da Associação das Praças Militares, cabo Wagner Simas, lembrou a necessidade de a tropa se unir para obter resultados mais positivos perante o Governo do Estado. “Nós, representantes de vocês colocamos a cara na linha de frente, mas saibam que são vocês que determinam. Apenas acatamos o que é decidido por vocês e desencadeamos o processo. Está mais do que claro que mais uma vez o Governo tenta nos enganar e a hora é de pressão total. Garanto à vocês que o que for decidido, estamos preparados para defender”, ressaltou Simas.

Enfático também no discurso foi o sargento Ramalho, da Associação dos Bombeiros Militares. “Não podemos esmorecer. Já demos demonstração de forças, sabemos que somos perseguidos, mas temos de nos encorajar, chamar o companheiro para a luta, porque nós que estamos aqui, compondo a mesa como seus representantes, não vamos conseguir nada sozinhos e garanto à vocês que vontade temos, no entanto é preciso que a tropa venha porque senão nenhuma conquista será possível” , afirmaou Ramalho.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados em Alagoas, cabo PM José Soares, afirmou que o que for solicitado pela tropa, a entidade irá em busca, pois é perceptível que o Governo não está valorizando à categoria. “Vamos em conjunto, de forma consciente procurar um rumo a fim de que possamos voltar a ter o estímulo necessário para exercer as atividades pertinentes à nossa profissão”, pontuou Soares.


A assembleia teve a abertura feita pelo sargento RR Batista e os encaminhamentos foram feitos pelo coronel Ivon Berto, presidente da Caixa Beneficente. “É necessário, em caráter urgente, que façamos um bom e forte planejamento para o combate. Enquanto responsáveis pela segurança pública não podemos admitir esse caos, gerado por uma violência exorbitante e falta de respeito aos militares. Temos de nos unir de verdade”, ressalta o coronel.

Dois pontos ficaram pendentes para melhor estudo. Um deles diz respeito à escala de serviço e o outro o piso salarial para os militares cujo estudo deve ser feito, por meio de cálculos, por uma equipe técnica. Os militares (da PM e Corpo de Bombeiros) aguardam até a próxima quarta-feira um sinal do governador e podem decidir por paralisação, a depender da resposta. A categoria saiu da assembleia usando uma fita preta no lado esquerdo do peito em sinal de luto pelo descaso com a segurança pública e também pelos 10.100 homicídios ocorridos de 2007 até agora. As associações receberam o apoio de um coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo que também discursou.