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Esporte

Libertadores: São Paulo venceu, mas quem vai ao Mundial é o Inter

Com atrevimento e ofensividade, o Inter chegou lá

O São Paulo pagou o preço, no jogo de ontem no Morumbi, de ter sido um time extremamente covarde na primeira partida diante do Internacional, em Porto Alegre, quando se mostrou conformado com a derrota e não foi em busca de outro resultado, achando que decidiria as coisas à seu favor, na segunda partida.

Como no primeiro jogo da semi-final da Libertadores, o time do Morumbi perdeu por 1 x 0, sem esboçar nenhuma vontade de atacar o adversário, o Inter tomou isso como lição e no confronto decisivo dessa quarta-feira, procurou ser ousado, saindo para o jogo. Com isso, o time gaúcho obteve a classificação para a final da Libertadores, pois, mesmo sendo derrotado por 2 x 1, esse gol marcado fora de casa lhe garantiu na final da competição.

O JOGO

Nem a vantagem do Beira-Rio (1 a 0) fez o Inter se acomodar. A pressão do adversário também não assustou. E os gaúchos jogaram o seu jogo como se estivessem em casa – o frio de 9º C, aliás, fez mesmo o time se sentir como no Rio Grande do Sul. Alecsandro e, depois, Taisson arriscaram chutes de longa distância.

Já o São Paulo, se contentava em chegar nas cobranças de bola parada. O zagueiro Alex Silva chegou a perder por centímetros a chance de marcar na pequena área. De resto, apostava suas fichas no rápido Dagoberto e no brigador Ricardo Oliveira.

Dívida

Lembra da falha de Rogério Ceni contra o mesmo Inter, pela mesma Libertadores, em 2006? Pois Renan devolveu a cortesia quatro anos depois. Hernanes cobrou falta da intermediária, o goleiro falhou e Alex Silva aproveitou.

A primeira etapa daquele que foi chamado de “o jogo do ano” pelas duas equipes terminou sem mais emoções. A bola só que apanhou um pouco mais. Os homens de meio-campo passaram a brigar em todos os lances e nada de chances.

Minutos de silêncio

Na volta do intervalo, o Inter não perdeu tempo. D´Alessandro cobrou falta para área e Alecsandro, oportunista e impedido, desviou de calcanhar para as redes. Só a pequena torcida colorada presente cantava. Foi o primeiro gol do São Paulo sofrido em casa – levou outros dois.

Mas os são-paulinos trataram de reagir logo. Dois minutos depois, o rebote sobrou para Ricardo Oliveira, livre dentro da área. O atacante recém-chegado ao clube não perdoou e chutou forte para recolocar o time na frente. Foi o segundo gol dele em três partidas.

Novo gás

As coisas pareciam melhorar para o São Paulo. Além do time ganhar em ânimo, o volante Tinga, um dos principais personagens de 2006 e que fazia sua volta à competição, recebeu cartão vermelho, aos 33 minutos.

O tempo era inimigo do time da casa

O relógio passava e o desespero tomava conta. As chances criadas por Hernanes não eram aproveitadas. Marlos driblava, driblava e nada. Até Rogério Ceni foi para área nos minutos finais. Mais organizado, o Inter tocava a bola ainda que com dez homens.

Vitória inútil para o São Paulo

Classificação honrosa para o Inter. Na saída do campo, o experiente capitão Rogério Ceni chorava como uma criança e era amparado pelos companheiros. A torcida gaúcha, sem nada a ver com isso, tratou de comemorar.

FICHA TÉCNICA

São Paulo 2 x 1 Inter

SÃO PAULO – Rogério Ceni; Jean, Alex Silva, Miranda e Júnior César; Rodrigo Souto (Marcelinho Paraíba), Cléber Santana (Marlos), Hernanes e Fernandão ; Dagoberto (Fernandinho) e Ricardo Oliveira. Técnico: Ricardo Gomes.

INTERNACIONAL – Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber ; Sandro, Guiñazu, Tinga e D’Alessandro (Giuliano); Taisson (Wilson Matias) e Alecsandro. Técnico: Celso Roth.

Gols – Alex Silva, aos 30 minutos do 1.º Tempo. Alecsandro, aos 6; Ricardo Oliveira, aos 8 minutos do 2.º Tempo;

Cartão amarelo – Fernandão, Tinga e Kleber;

Cartão vermelho – Tinga;

Público e renda 57.113 pagantes e RS 3.356.801,32 líquido

Árbitro – Carlos Amarilla (Paraguai); Local – Morumbi, em São Paulo (SP).