O paciente E.L.S., 19 anos, que faleceu no Hospital Geral do Estado (HGE) no último dia 4 de julho, foi vítima de leptospirose. A constatação é do Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL), após realização de exame sorológico nas amostras biológicas colhidas da vítima.
Com isso, desde o dia 18 de julho passado, quando 28 municípios alagoanos foram atingidos pelas enchentes, Alagoas já contabilizou dois casos confirmados da doença. O outro óbito é de um homem de 29 anos, que residia em Capela e morreu no dia 1º deste mês, após ser vítima de insuficiência renal.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico da Gerência de Agravos não Transmissíveis por Fatores Ambientais, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), foram notificados, no período de 21 de junho a 7 de julho, 34 casos suspeitos de leptospirose, sendo seis casos confirmados com dois óbitos.
Caracterizada como uma doença febril aguda, causada por bactérias do gênero Leptospira, sua ocorrência é favorecida em locais onde ocorreram inundações e enchentes. O seu principal transmissor são os roedores, já que concentram a doença nos rins, eliminando-a no meio ambiente, contaminando água, solo e alimentos.
Os principais sintomas da doença são mialgias, febre, cefaleia, fortes dores de cabeça, dores musculares, quadro de icterícia, anorexia, náuseas e vômitos. Caso não seja tratada adequadamente, a doença pode evoluir para óbito.
“Para evitar a leptospirose é importante acondicionar adequadamente o lixo, além de desobstruir as galerias, para que a água das chuvas possa fluir livremente pela rede de esgotamento sanitário. A obstrução das bocas de lobo, por exemplo, pode provocar o alagamento do espaço público e até a inundação das casas propiciando, a disseminação da doença”, ressaltou a diretora de Vigilância Epidemiológica, Cleide Moreira.
Ainda de acordo com ela, geralmente o contágio acontece nas beiras de córregos, galerias de esgoto e terrenos baldios. “Os pais também devem ter cuidado com as crianças, que costumam brincar junto às poças d’água no período chuvoso. E os alimentos devem ser cuidadosamente acondicionados, para que não fiquem expostos e os roedores possam ter contato com eles”, recomendou a diretora