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Cultura

Lavagem do Beco em Penedo terá “Maracatu Baque Alagoano”

Grupo Maracatu Baque Alagoano vem a Penedo para Lavagem do Beco

O carnaval de Penedo é aberto às sextas-feiras com o já tradicional ritual da “Lavagem do Beco”. Com flores e água perfumada, adeptos do Candomblé descem as ruas enladeiradas da cidade até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Pretos para lavar as escadarias do templo e depois o beco situado entre a ruas Barão do Rio Branco e João Pessoa.

Este ano, a festa contará com a participação do Maracatu Baque Alagoano. O grupo recepcionará os filhos de santo e os acompanhará em cortejo pelas ruas apertadas do “Rosário Estreito”, novidade que tornará ainda mais belo o ritual que todos os anos mobiliza centenas de pessoas.

Para o Maracatu Baque Alagoano a experiência é nova, mas a intenção é antiga. O grupo vinha projetando a sua participação há dois anos. Conseguiu em 2011 graças a parceria com a Secretaria de Cultura de Penedo. Após alguns contatos, a secretária Eliana Cavalcante inseriu o Baque nos festejos, demonstrando compreensão histórica dos vínculos que unem o maracatu e as tradições dos negros escravos.

História

O maracatu é uma manifestação cultural que pode ter nascido entre os séculos XVI e XVII para acompanhar os cortejos de coroação dos Reis de Congo. Existiu em Alagoas até que em 1912 o Governador Euclydes Malta determinou o fechamento violento dos Terreiros. A ação ficou conhecida como o “Quebra de Xangô”, episódio que se tornou tema de produção de vídeo documentário.

Na data do episódio de violência, 02 de fevereiro de 1912, muitos adeptos do Candomblé foram brutalmente espancados e uma das Babalorixás mais conhecidas, Tia Marcelina, foi assassinada. A motivação para tal ato repulsivo foi disputa política, conforme análise histórica do caso.