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Esporte

Lateral alagoano diz que foi roubado no Corinthians-SP

Lateral alagoano já foi Campeão Mundial de Clubes

Ele foi titular da lateral do Corinthians na maior parte do Mundial de 2000, inclusive na final. Ganhou dois títulos brasileiros pelo clube, em 98 e 99. Ainda se dispôs a cobrar (e acertou) um pênalti na fatídica semifinal da Libertadores de 2000 contra o Palmeiras. E recebia apenas R$ 1.500 por mês. Em entrevista ao site Gazeta Esportiva, Índio, agora com 30 anos, fez diversas revelações, uma delas em tom de denúncia. Além de contar que nunca recebeu aumento de salário, o lateral acusa o filho de um ex-cartola do clube de tê-lo “roubado”.

“Deixei o Vitória ganhando R$ 50. O Corinthians me pagava R$ 1.500. Sempre foi R$ 1.500”, conta o lateral Índio. “As premiações que a gente recebia, por jogos e títulos, eram mais polpudas e aumentavam bem os meus rendimentos. Mas só comecei a ganhar dinheiro, mesmo, quando fui para o exterior”, completa o jogador, que passou por Coreia do Sul e Grécia antes de retornar ao Brasil.

Não bastasse o salário quase insignificante para um jogador titular do Corinthians, Índio diz que foi bastante prejudicado dentro do clube. “Era muito ingênuo e não tinha empresário nem nada. Os caras me roubavam até para reformular contrato. O filho do Nesi Curi ficava com a maior parte. Levaram uns R$ 300 mil nas minhas costas”.

Além das premiações, uma das formas de ganhar dinheiro era o jogo de baralho. Para diminuir o risco de levar prejuízo, Índio admite que trapaceava. “Eu roubava todo mundo! Ninguém me vencia porque eu tinha uns macetes desde pequeno”.

O lateral, que nunca foi descoberto roubando no baralho, diz ter a consciência tranqüila, pois precisava do dinheiro. “Nunca contei nada para eles. Todo mundo vai saber agora, né? Mas tudo bem, eu roubava porque meu salário era muito pequeno. Esse dinheirinho extra me ajudava demais no dia-a-dia”.

Entre as boas lembranças dos tempos de Corinthians, claro, está o título mundial. Índio era titular, mas perdeu a posição para Daniel na primeira fase. Como o companheiro foi expulso, voltou ao time na decisão contra o Vasco. E o jogo teve um sabor especial. “Sempre gostei muito do Vasco. Foi pensando nesse time que deixei a minha tribo para ser jogador”, lembra Índio.

Já na Libertadores de 2000, embora o final tenha sido triste para Índio, com o Corinthians eliminado, o jogador se orgulha de ter cobrado, e convertido, um pênalti na semifinal contra o Palmeiras. “Os caras que recebiam salários exorbitantes se esconderam na hora de bater. A maioria fugiu da responsabilidade”, lembra.

Agora, aos 30 anos, Índio está de volta ao Brasil para defender o Noroeste no Campeonato Paulista da Série A-2. E diz que a aposentadoria está distante. “Não vou parar tão cedo. Quero jogar até os 40 anos, se Deus quiser. Depois, penso no que fazer. Talvez eu monte uma escolinha de futebol. Vamos ver”.