Programação foi aberta na quinta-feira e segue nesta sexta-feira (29), a partir das 14h
Como forma de dar visibilidade às pesquisas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Laboratório Central de Alagoas (Lacen) está promovendo, no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Alagoas (Senac-AL), localizado no bairro Poço, a II Jornada Científica. Durante o evento, foi possível discutir a produção dos trabalhos desenvolvidos pelo laboratório, bem como as interfaces com as demais áreas da Vigilância em Saúde, objetivando dar mais visibilidade e esclarecimentos sobre o papel institucional.
A programação, aberta na quinta-feira, segue nesta sexta-feira (29), a partir das 14h, com o trabalho científico Estabelecimento e Transmissão Críptica do Zika Vírus no Brasil e Américas, de Magliones Carneiro, gerente do Lacen; as palestras Implantação da Política Nacional/Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, de Gardênia Souza, e Experiência Vivenciada pela Vigilância Epidemiológica com o Aumento dos Casos.
De acordo com o assessor técnico de Produtos e Ambientes do Lacen, Everaldo Queiroz, a iniciativa tem como objetivo aproximar e fomentar as pesquisas dentro do laboratório, a fim de aproximar, também, as universidades para que sejam estabelecidas parcerias.
“Trabalhamos com análise de média e alta complexidade e, portanto, essas parcerias visam estabelecer e proporcionar algumas estruturas laboratoriais para as universidades públicas e privadas. Em contrapartida, iremos absorver tecnologia e implantar novos ensaios que serão utilizados no diagnóstico de doenças para a saúde pública”, destacou.
Na ocasião, o biomédico do Lacen, Fernando Wagner Ramos, apresentou o trabalho científico intitulado “Predileção do Risco de Acidente Vascular Encefálico em Pacientes com Doença Falciforme”. Segundo ele, a importância do projeto para o SUS tem como finalidade alertar a população para que tenha um olhar diferenciado sobre os pacientes que convivem com a doença genética de maior incidência no Brasil, visto que a maioria é discriminada.
De acordo com o biomédico, quem tem a doença falciforme possui várias manifestações clínicas, entre elas, o acidente vascular encefálico (AVE), também conhecido por derrame cerebral. Isso porque as crianças e adolescentes na faixa etária de 2 a 16 anos, tendem a desenvolver a doença com mais frequência.
O projeto consiste em utilizar o doppler transcraniano, exame essencial que previne umas das complicações possíveis da doença: o AVE, para que os pacientes tenham uma melhor assistência. É o que determina a portaria nº 473, de 26 de abril de 2013, publicada pela Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS).
“O doppler transcraniano detecta, entre todas as crianças avaliadas, aquelas com maior risco de desenvolverem AVE antes do primeiro derrame, o que permite um tratamento preventivo com o objetivo de evitar esta grave e debilitante complicação. Ou seja, se você tem um valor alterado antes, é possível mudar a programação de transfusão sanguínea, ajustar medicamentos e, com isso, reduzir o risco de morte dos pacientes”, afirmou.
Conforme o Protocolo de uso do Doppler Transcraniano como procedimento ambulatorial na prevenção do acidente vascular encefálico em pacientes com doença falciforme, a indicação é que o exame seja realizado a partir dos dois ou três anos de idade e ao menos uma vez ao ano nos pacientes com DF.
