O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, oficializou, no início da tarde de hoje (21), sua saída do DEM e a criação do Partido Social Democrático (PSD). Na cerimônia, realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputados federais, estaduais e prefeitos assinaram documento manifestando seu apoio e a intenção de migrar para o novo partido. Entre eles, estão o vice-governador Afif Domingos, que também formalizou sua saída do DEM, o ex-governador Cláudio Lembo, o prefeito de Itu, Herculano Passos, os deputados federais Joji Hato, Guilherme Campos, Walter Ihoshi, Zulaiê Cobra, Eleuses Paiva e Marcelo Aguiar e a deputada estadual Rita Passos.
Kassab disse que, antes de oficializar o desligamento, telefonou ao presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), desejando sorte a ele e aos líderes do partido. “Desejo muita sorte aos seus dirigentes e que o DEM possa encontrar seu espaço com a nova direção.” O prefeito desejou também sorte aos aos que, a partir de hoje, se filiam ao PSD.
Segundo Kassab, o PSD contribuirá para a democracia e conviverá com os demais partidos, constituindo-se num instrumento democrático para aqueles que não se sentem confortáveis no partido em que estão. “A democracia assegura o direito de mudança. Aqueles que estão no DEM e em outros partidos têm o direito de se filiar ao PSD, que nasce independente.” Kassab afirmou que o ideal do PSD é voltado à correção das desigualdades sociais, com ação concentrada para esse fim.
A plataforma do novo partido deve ser elaborada a partir de agora, com a criação de grupos de trabalho em alguns estados, como São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Tocantins, Roraima e Minas Gerais, para preparar juridicamente o nascimento definitivo do partido. “Não faremos fusão. Fomos convidados por duas legendas respeitáveis, PMDB e PSB, e definimos que o partido caminhará com suas próprias pernas nas eleições municipais do ano que vem, coligado ou com candidatura própria.”
De acordo com o prefeito, o partido não será de oposição e apoiará o governo federal nos projetos que forem importantes para o país e será contra os que não considerar favoráveis ao povo brasileiro. “Mas torcemos muito para que a presidenta Dilma Rousseff faça um bom governo, porque é bom para o país. Eu não votei nela, votei no José Serra e me orgulho disso, mas hoje o Brasil tem um novo presidente. Seja como cidadão, seja como eleitor ou dirigente deste novo partido, estou ao lado daqueles que torcem para o sucesso da presidenta”.
Kassab disse que sempre teve boa aproximação com o governo federal e que, por isso, tomou a decisão de sair do DEM. “Eu me sinto desconfortável em um partido que quer votar sempre contra, porque é contra. Acima dos partidos, existem os interesses do país. Não é possível que estejamos contra um projeto só porque somos oposição. Temos que estar contra um projeto quando esse projeto não é bom para o país”. Ele disse também que sua relação com o PSDB continuará como sempre foi.