O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), defendeu neste sábado (2) que o uso de passagens aéreas por deputados federais seja restrito ao trabalho do parlamentar e que casos excepcionais tenham o aval da Mesa Diretora da Câmara.
“No fundo é uma questão de mais transparência e mais organização, com a divulgação pela internet, que no dia de hoje nos permite ter mais transparência”, afirmou o prefeito. Após denúncias de uso irregular de passagens, Câmara e Senado modificaram as regras, reduzindo a cota a impondo limites à utilização dos bilhetes.
Kassab evitou polemizar sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou na sexta-feira (1º), no Rio de Janeiro, ser favorável ao uso de passagem aérea em alguns casos, citando como exemplo a época em que era deputado, quando transferiu passagens para levar ex-dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para Brasília.
O prefeito avaliou que excessos e irregularidades no uso de passagens aéreas por parlamentares prejudicaram a imagem da Câmara e disse que não utilizou passagens para outros fins quando foi deputado, durante dois mandatos.
Eleições 2010
Ao visitar neste sábado a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), Kassab comentou o processo de sucessão federal e estadual em 2010.
Quanto à sucessão de Lula, o prefeito reafirmou que a posição do seu partido, o Democratas, é pela manutenção do apoio ao PSDB e que, se os tucanos tiverem uma chapa composta pelos governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, o apoio será mantido.
“Se for necessário para a manutenção da aliança e para o fortalecimento dela que o Democratas abra mão da vice-presidência, nós abriremos”, afirmou Kassab, que reafirmou sua preferência por Serra como candidato a presidente. “Todos sabem, eu defendo que seja o governador José Serra, mas acredito que o Aécio um dia também será presidente”, completou.
Sucessão paulista
Na sucessão paulista, quando indagado quem o Democratas apoiaria entre os tucanos Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes Ferreira, Kassab desconversou.
“O entendimento do Democratas é que só a partir de janeiro do ano que vem iremos discutir isso e que o governador José Serra vai coordenar os entendimentos para a manutenção da aliança e a definição do candidato. Portanto, não vamos nos manifestar até lá”, afirmou.