Famílias que ocupam terrenos na área do aeroporto de Penedo esperam oficiais da justiça
A novela sobre a desocupação do Aeroporto Freitas Melro, situado em Penedo, ganhou mais um inesperado capítulo nesta sexta-feira, 13. A data estabelecida pela justiça federal para a saída, em definitivo, dos posseiros que ocupam terrenos situados na área do campo de pouso foi marcada pela ausência da ação que visa constatar o cumprimento do mandado de reintegração de posse.
Além da espera angustiante, pequenos agricultores – maioria das 73 pessoas citadas no processo – ganharam mais um motivo para reclamação. Assaltantes invadiram roças para roubar frutas, saque registrado nesta quinta-feira, 12, no terreno onde a família de Marizete Correia de Lima, 46, e Evódio Barbosa de Oliveira, 70 anos, plantou diversas culturas.
“Entraram aí ontem (quinta-feira), roubaram abacaxi que ainda nem estava no tempo de colher e ainda saíram quebrando a fruta do pé. Também levaram e tomaram coco maduro, deixaram somente uns cachos verdes”, disse a agricultora que reside no local há 13 anos. A revolta com a ação criminosa juntou-se ao lamento por conta de uma iniciativa que a família tomou, medida que revelou-se desnecessária.
Família destelhou casa
Por conta do mandado de reintegração de posse, que pode ser cumprido com uso de força policial e máquinas para derrubar as casas construídas na área que está sendo retomada pela Aeronáutica, Marizete e Evódio destelharam quase que completamente o imóvel onde moram. Apenas um pequeno quarto ainda tem a cobertura. “A gente levou as telhas para a casa de um irmão do meu marido que mora aqui perto, nas Cacimbinhas (bairro Santa Cecília)”, disse Marizete Correia.
Ela afirmou que um oficial de justiça esteve no local por volta das 7 horas, visita que pode ser considerada o indicativo que a ordem não será cumprida hoje. “Ele falou que não sabia se ainda iria voltar, mas que não há nenhuma máquina esperando para derrubar as casas, pode ser que o pessoal ainda venha hoje, mas também pode ser que não”, informou a trabalhadora rural. De certo, apenas a reprovação pelo destelhamento. “O oficial disse que não precisava ter feito isso, era só para ter retirado as coisas de dentro da casa”, acrescentou.