Alterman Leite disse que sobrinho e irmão foram assediados por religioso
Após horas de discussões ferrenhas, contradições e novas denúncias, chegou ao fim o julgamento do padre Edilson Duarte e dos monsenhores Raimundo Gomes e Luiz Marques, todos acusados de pedofilia. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual, os padres podem ter praticado a violência sexual contra três ex coroinhas que atuavam em igrejas do município de Arapiraca, no Agreste Alagoano.
A audiência desta terça-feira, 02 de agosto, foi a terceira do processo. Nela, o depoimento de algumas testemunhas de acusação e de defesa, da delegada da Polícia Civil Bárbara Arraes, que presidiu os trabalhos na fase do inquérito policial, do advogado Daniel Fernandes, primeiro operador do direito a defender os padres das acusações, e dos três religiosos foram tomados.
Um dos depoimentos mais conturbados e que pode dar um novo rumo ao caso foi o do comerciante Alterman Leite, responsável pela divulgação do vídeo que mostra o exato momento em que o monsenhor Luiz Marques praticava sexo com um dos coroinhas. Segundo ele, um sobrinho e um irmão seu, ambos menores de idade, foram assediados pelo monsenhor dentro da igreja, durante celebrações religiosas.
Para o defensor público André Chalub, as acusações feitas pelo comerciante são sérias e precisam ser revistas. No entanto, conforme entendimento do jurista, as novas denúncias representam um fato novo e diferente das acusações originais, fato esse que faz com que as acusações sejam apuradas separadamente.
Ainda segundo Chalub, para que o judiciário se mova e venha a julgar qualquer pessoa por determinado crime, é preciso que se tenham provas consubstanciais e concretas a respeito da possível autoria do delito, sem isso fica inviável agir conforme os ditames da lei brasileira.
A audiência de hoje foi a última antes da sentença do juiz.. Cabe agora ao promotor Alberto Tenório e aos advogados de defesa e acusação apresentar seus relatórios sobre o caso. Por conta disso, acredita-se que a sentença do juiz João Luiz de Azevedo Lessa, que responde pela 1ª Vara Judiciária da Infância e Juventude, seja proferida somente no mês de setembro.
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