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Alagoas

Julgamento de padres acusados de pedofilia mobiliza Arapiraca

Ex-coroinhas já foram ouvidos

Teve início na manhã desta sexta-feira, 08 de julho, no Fórum de Arapiraca, Agreste alagoano, o julgamento dos padres que foram acusados por ex-coroinhas de pedofilia. O caso teve repercussão nacional após a exibição de matéria no programa Conexão Repórter, apresentado pelo jornalista Roberto Cabrini, reportagem que revelou uma série de denúncias envolvendo os monsenhores Raimundo Gomes e Luiz Marques e o padre Edilson Duarte.

De acordo com o Juiz João Luiz de Azevedo Lessa, titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca e que preside os trabalhos, os ex-coroinhas já foram ouvidos. Ainda segundo o magistrado, a intenção é ouvir ainda nesta sexta-feira os três religiosos envolvidos no caso, frisando que a sentença só será dada no meio da próxima semana, quando possivelmente o julgamento chegará ao fim.

Para o juiz que há mais de 25 anos ingressou na magistratura este caso é o mais complexo de toda a sua carreira por envolver questões anormais, como por exemplo, o banco dos réus ser formado por três sacerdotes. Ainda segundo o juiz, os depoimento estão sendo tomados com muita cautela e as provas criteriosamente analisadas para que a sentença possa ser dada na proporção dos erros dos acusados, caso eles sejam condenados.

Padre Daniel atendeu imprensa

Designado pelo Vaticano para presidir o processo no âmbito canônico, o padre Daniel do Nascimento, da Diocese de Penedo, conversou com a imprensa durante o intervalo do julgamento dos religiosos. Segundo ele, a decisão da justiça comum não interferirá no andamento do processo canônico, pois são ações independentes. Nesse caso, os sacerdotes podem ser absolvidos pela justiça e serem penalizados pelo Direito Canônico, que prevê em último caso a expulsão dos padres do ciclo eclesiástico.

O padre Daniel disse ainda que o processo canônico é comandado pela Santa Sé e corre em sigilo pontifício, no Vaticano, de onde deverá ser dada a sentença em no máximo seis meses. Hoje os religiosos envolvidos no maior escândalo sexual da igreja católica já registrado no Brasil estão afastados de suas funções, mas já deixaram transparecer em outras oportunidades o desejo de voltar a exercer as atividades religiosas em suas devidas paróquias.