Marcli Guimarães pede união da sociedade para redução de abusos
A juíza Marcli Guimarães de Aguiar, titular da Comarca de Rio Largo, defendeu, durante audiência pública na Câmara Municipal, a união de todos os órgãos, além da população, em combate aos atos de violência contra crianças e adolescentes, que têm aumentado na cidade. Em 2012, foram constatados 8 casos. Nos primeiros quatro meses de 2013, segundo revelou a magistrada, já são dez os casos de violação dos direitos infanto-juvenis.
De acordo com Marcli Guimarães, o maior problema advém da precaridade da educação brasileira, principalmente da educação familiar, que se constitui a base de toda a formação do cidadão. “Os casos de violência sexual estão incluídos na violência de um modo geral. Somos uma cidade pequena, sem recursos, onde a vulnerabilidade social predomina”, justificou, ratificando a necessidade de coibir os casos crescentes de abuso sexual.
Apoio da sociedade e do Ministério Público Estadual
As políticas públicas são desenvolvidas pelos conselhos tutelares, educadores municipais e representantes da sociedade, como um todo, para garantir o encorajamento das pessoas nas denúncias. O intuito é provocar na sociedade o desejo de resolução dos casos, para que se possa assegurar os direitos fundamentais aos menores. “Não agimos sozinhos, necessitamos do apoio do Ministério Público e também da sociedade”, complementou a juíza.
Para o professor Edmilson Souza, presidente do Fórum dos Conselhos Tutelares de Alagoas, a situação é preocupante no estado, porque existe uma série de fatores que contribui para as violências, como o uso exacerbado de drogas e álcool por familiares dos menores. “É preciso que haja o encorajamento para as denúncias, porque muitas vidas estão sendo prejudicadas, ou por vezes, ceifadas”, expressou, preocupado.
Na maior parte dos casos, estão envolvidos familiares, que camuflam o problema, trazendo dificuldades nas resoluções pelos conselhos tutelares. A conscientização da sociedade pode garantir aumento do número de denunciadores, porque, em algumas ocorrências, as denúncias foram feitas por vizinhos que perceberam a mudança comportamental de crianças.
Educadores municipais identificam casos de violência
A secretária de Educação Municipal, Ana Paula Monteiro Narciso, destacou a importância do papel educativo nas escolas, onde a maioria dos casos é identificada por educadores, durante as atividades escolares. “O acompanhamento dos menores pelos educadores acaba identificando vários casos. Em muitos deles, os próprios familiares desacreditam ou são coniventes com os violentadores. É necessário que tornemos entendível que os casos existem, mas que não são normais, devendo ser denunciados”, alegou.
Após as audiências e ações que antecedem o 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, as propostas de prevenção serão elaboradas e encaminhadas às autoridades competentes.
