Local onde a jovem passou os segundos mais angustiantes da sua vida
Trinta segundos pode não ser nada, correto. Não, pode significar uma eternidade, dependendo da situação. Como no caso a ser relatado, que aconteceu na última sexta-feira (20), na Rua João Ramalho, bairro de Santa Luzia, com a jovem de apenas 20 anos, Raynara Mota. Que apesar do que foi vítima, uma tentativa de violência sexual, só vai conseguir prestar queixa na próxima quarta-feira (25).
Era por volta das 19hrs, quando a vítima voltava da casa de sua avó, que mora próximo ao Cemitério São Gonçalo do Amarante, com sempre fez.
“Estava retornando da casa da minha avó, até aí normal, sempre fiz este percurso, para a minha residência no Barro Duro. Porém, quando passava próximo a padaria que fica no Largo de Fátima, tinha dois homens conversando, um de moto e outro bicicleta, um deles falou algo. Não dei valor, mas fiquei preocupada e sempre olhando para trás. Foi quando cheguei em frente ao Ninho dos Falcões (Chácara do Chico Falcão, que dá acesso a residência do presidente da Câmara Municipal de Vereadores), fui surpreendida pelo homem de bicicleta, que pegou em meu braço, tentando me levar a força para a rua escura”, detalhou os segundos de aflição que sofreu.
Os suspeitos foram os mesmos que estavam conversando perto da padaria. Enquanto o de bicicleta a puxava, o que estava na moto ficou na esquina da casa que pertenceu ao ex-deputado e ex-proprietário do Cartório do 1º Ofício de Penedo, Bonifácio Bezerra, sem parar de gritar.
“O de moto não parava de gritar, isso de longe – leva logo ela -, por várias vezes, querendo que o homem levasse logo para dentro do beco. Acho que estava com medo que alguém chegasse e os vissem. Para minha sorte, passou outro motoqueiro que começou a buzinar, isso porque o homem da moto que não parava de gritar estava no meio da rua, creio que foi só para avisar a passagem, não para tentar impedir que algo acontecesse comigo, acho que ele nem viu nada. Passou direto. Com a buzina, o homem que estava me segurando, se assustou e como ele estava na bicicleta, terminei empurrando ele que caiu. Rapidamente ele segurou minha bolsa que quebrou a alça e saí correndo. Passei perto do cara de moto e ele socorreu o outro que agarrou no bagageiro da motocileta e saiu sendo puxado, não visualizei onde eles entraram”, acrescentou.
Raynara Mota disse que não conseguiu visualizar os rostos dos acusados, divido o susto. “Foi tudo apavorante, não tive como reconhecê-los. O de bicicleta puxou muito meus cabelos, percebi apenas que era gordinho e baixinho. Tenho certeza que o que eles fizeram, não era para roubar, se fosse, tinham levado rápido. Não depois de lutar, sem falar que o meu celular não foi roubado”, pontuou a jovem.
Rede social
A vítima saiu correndo e só parou na Praça de Santa Luzia, quando encontrou amigos e pediu ajuda. “Encontrei amigos e disse o que aconteceu. Fui levada para casa de carona. Contei o que aconteceu e meu pai foi até o local, para ver se encontrava alguém. Então, resolvi postar de imediato o acontecido para alertar a todos que passam naquele local. Principalmente as mulheres, que são mais vulneráveis”, explicou o motivo de expor o acontecido em seu perfil no Facebook.
Criminosos já agiram no mesmo local
Segundo a jovem Raynara Mota, 20 anos, várias pessoas relataram pelo Facebook que já foram vítimas da dupla, na mesma região, de assalto, não de tentativa de violência sexual.
Prestar queixa só depois de cinco dias
Apesar de passar por momentos angustiantes, ela é dura nas palavras e encerrou a entrevista que durou cerca de 40 minutos em sua residência: “Infelizmente B.O. apenas para índices. Se no dia do ocorrido já é de difícil de fazer algo, imagina cinco dias depois. Isso também serve de lição para mim. Não andar mais em lugares escuros e sozinha.”
Mota contou que foi no dia posterior ao crime esteve na 7ª Delegacia Regional de Penedo (DRP), acompanhada de sua mãe. A regional estava repleta de ocorrências. Então, foi orientada para voltar de noite. Retornou e novamente foi orientada, só no outro dia. Ela explicou aos agentes que já tinha vindo de tarde, e finalmente, disseram para voltar só na quarta (25), para abrir um procedimento sobre a tentativa de violência sexual sofrida.
Quem tiver informações que possam contribuir a identificação dos suspeitos, ligar para o Disque-Denúncia 181, o sigilo é garantido. Se preferir, para o 11º BPM de Penedo (82) 3551-4734 e 7ª DRP de Penedo (82) 3551-3700.
* Para não expor a jovem, revolvemos não publicar sua imagem.
