Ministro israelense acusou os palestinos pelo lançamento de foguetes do Líbano contra o norte de Israel nesta quinta-feira. Os militantes xiitas libaneses do Hizbollah, com quem Israel entrou em confronto em 2006, negaram a autoria dos ataques, que não foram assumidos, até o momento, por nenhum grupo.
“Eu acho que estes são ataques isolados”, disse Rafi Eitan, ministro do gabinete do premiê israelense, Ehud Olmert, à rede de televisão israelense Canal 2.
Os foguetes vindos do território libanês criaram o temor de que uma segunda frente de batalha será aberta nos confrontos entre Israel e alvos do movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza. Desde o último dia 27, Israel comanda uma grande ofensiva militar contra o grupo na região, que já deixou mais de 700 palestinos e 11 israelenses mortos.
Eitan afirmou à rede que acredita que os palestinos foram os autores dos foguetes e não as guerrilhas do Hizbollah, com quem Israel entrou em guerra em 2006, após a captura de dois de seus soldados pela milícia xiita. O conflito deixou mais de 1.200 mortos no Líbano, na maioria civis, e 160 vítimas israelenses, na maioria soldados.
“A responsabilidade é inteiramente do governo libanês”, disse Eitan, ampliando a tensão entre os dois países. O Líbano declarou, logo após os ataques, que não era responsável pelo lançamento dos foguetes e que investigaria a sua autoria.
Fontes da inteligência libanesa disseram ser improvável que o Hizbollah tenha protagonizado os ataques, que vieram de uma zona do norte do povoado de Nakura, área controlada por forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) e pelo Exército libanês, a cerca de 3 km ao norte da fronteira. Fontes do Hamas no Líbano também negaram envolvimento.
Segundo a imprensa local, as autoridades do Líbano decretaram o fechamento dos colégios da região. O Exército libanês e a força interina da ONU enviada ao Líbano, cuja missão é evitar uma alta da violência entre os países vizinhos, intensificaram as patrulhas nas zonas de onde foram lançados os foguetes.
Hizbollah
O Hizbollah informou ao governo libanês, no qual o grupo tem um ministro, que não está envolvido no lançamento de foguetes contra o norte de Israel a partir do Líbano, segundo o ministro da Informação, Tarek Mitri.
“O Hizbollah nos assegurou que permanece comprometido com a estabilidade e o respeito da resolução 1701 do Conselho de Segurança, e isso significa que não está envolvido”, insistiu o ministro.
A resolução 1701 de 14 de agosto de 2006 garantiu o fim das hostilidades –mas não um cessar-fogo permanente- entre o Hizbollah e Israel. O movimento xiita, assim como o Hamas, promove a luta contra Israel e é considerado por Washington uma organização terrorista, multiplicou seus discursos de apoio ao movimento palestino desde o início da ofensiva militar israelense na faixa de Gaza, mas nunca mencionou apoio militar.