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Negócios/Economia

Isenção de IPI ameniza queda da produção no setor moveleiro

Ocorreu contratação de mão de obra em alguns pólos moveleiros

A isenção da alíquota do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para o setor de móveis, que termina no próximo dia 31 de março, gerou resultados positivos, mas poderia ter sido melhor se tivesse sido anunciada com maior antecedência em relação ao Natal. O benefício foi concedido pelo Ministério da Fazenda em 25 de novembro de 2009.

É o que afirma o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Luiz Diaz Fernandez. Ele estima que o setor registrou queda de 10% na produção de móveis populares em 2009, índice que poderia ter sido maior sem o incentivo fiscal. Segundo ele, o principal impacto da medida foi a recuperação da produção de móveis da linha popular em torno de 20%.

Outro reflexo positivo foi a estabilidade dos postos de trabalho. Havia previsão de demissão de cerca de 10% dos trabalhadores, depois das férias de final de ano.

Para o presidente da Abimóvel, o anúncio do IPI-zero ficou muito próximo do Natal e, por este motivo, os resultados não foram mais significativos. “Aguardamos cerca de três dias para a publicação da medida no Diário Oficial da União e, depois, levamos uma semana para adequar os estoques à nova situação”, revela. Por causa disso, as promoções das fábricas só puderam ser realizadas, de fato, praticamente quinze dias antes do Natal. “Se tivesse sido anunciada antes, teria havido mais tempo para as promoções e reflexo no varejo”, observa.

Ele afirma que houve contratação de mão de obra em alguns pólos moveleiros, mas os dados referentes ao setor e reflexos do incentivo fiscal nas empresas só deverão ser divulgados pelo IBGE em maio. “Estamos felizes, pois conseguimos reaquecer as nossas indústrias e contratar mais pessoas”, afirma Lipel Custódio, diretor da Abimóvel.

A entidade pleiteou o incentivo durante oito meses junto ao governo federal. O setor havia sofrido queda de cerca de 20% nas exportações e perdido espaço na preferência dos consumidores para os produtos da linha branca, que obtiveram isenção do mesmo imposto por maior período. No mês passado, lojistas fizeram os pedidos para a recomposição de seus estoques e, no momento, os produtos estão sendo entregues pelas empresas moveleiras. “A linha branca continua muito forte”, comenta Fernandez.

Não há expectativa de prorrogação do IPI-zero para a indústria moveleira, nem outro setor, por parte do governo federal. “A economia não precisa mais desse subsídio. A crise passou”, justifica Fernandez. Na tarde de ontem (3), ele participou da reunião do Grupo de Acompanhamento do Crescimento, coordenada pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. Representantes de diversas cadeias produtivas estavam presentes.

O setor moveleiro é o 9º em geração de empregos no País. Dezessete mil empresas integram o setor, cuja grande maioria é de micro e pequeno porte. Juntas são responsáveis por 237 mil empregos e cerca de 150 mil indiretos.