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Irã critica decisão da ONU de investigar país

Um dia depois de o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar as investigações sobre denúncias de violação dos direitos humanos no Irã, o governo do país condenou a decisão. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, classificou a medida como “política” e “injusta”. As informações são da agência estatal de notícias do Irã, a Irna.

“A resolução que visa a pressionar a República Islâmica do Irã quer desviar a atenção do processo atual que ocorre no Conselho de Direitos Humanos”, disse Mehmanparast. Segundo ele, há manipulação por parte dos Estados Unidos para aprovar a resolução votada ontem (24) no conselho.

O governo norte-americano apresentou a proposta de enviar um relator especial das Nações Unidas ao Irã. O emissário vai investigar as denúncias de violação dos direitos humanos. A medida foi aprovada por 22 votos favoráveis, sete contrários – entre eles China, Rússia e Cuba – e abstenções.

Em defesa dos direitos humanos e da visão compartilhada com a comunidade internacional sobre o assunto, o Brasil votou favoravelmente à proposta. O voto oposto ao que ocorre há dez anos, em favor ao Irã e pela abstenção, é coerente, segundo a diplomacia brasileira.

Os diplomatas, que acompanham o assunto nas Nações Unidas, argumentam que o respeito aos direitos humanos é prioridade para a presidenta Dilma Rousseff e que o Irã merece atenção. A mesma justificativa foi usada pela embaixadora do Brasil no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, Maria de Nazeré Farani de Azevedo.

“O Brasil acredita que todos os países, sem exceção, têm desafios a superar na área. A presidenta Dilma Rousseff deixou claro, em seu discurso de posse, que acompanhará com atenção os avanços na situação de direitos humanos em todos os lugares , a começar pelo Brasil”, disse a embaixadora.

No fim do ano passado, o Brasil optou pela abstenção quando o Comitê de Direitos Humanos aprovou resolução para expressar a preocupação com os métodos de punição adotados pelo Irã. No entanto, ao assumir o governo em janeiro, a presidenta Dilma Rousseff condenou as penas de morte e apedrejamento que vigoram no país.