Obra na catedral diocesana foi embargada por irregularidades na execução do serviço
Reiniciadas a menos de um mês, as obras de recuperação da catedral diocesana de Penedo foram paralisadas nesta quarta-feira, 25, por ordem do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A fiscalização da superintendência estadual esteve na igreja e constatou o uso de peças do assoalho para montagem de andaime, aplicação de cimento e chapisco em paredes e exposição de partes internas do imóvel às chuvas.
“São ações danosas ao patrimônio material integrado, já que se deve proteger para restaurar e não para reutilização na obra”, explicou Sandro Gama, arquiteto e fiscal do Iphan em Alagoas, sobre as irregularidades que fundamentaram o embargo, especificando o uso de peças do assoalho para montagem da estrutura do andaime. O assunto será tema de reunião entre o Iphan, a empresa responsável pela obra e o Programa Pró-Memória (Secretaria Estadual de Cultura) prevista para acontecer na próxima semana.
Na pauta do encontro, será cobrado acompanhamento de profissional especializado em restauro, assistência que parece não existir na obra em curso na catedral de Penedo. A presença de restaurador é imprescindível e consta nas obrigações necessárias para a empresa que foi selecionada durante a licitação da obra orçada R$ 618.822,25, valor referente à segunda etapa do projeto que visa reabrir a catedral até 2016, ano do centenário de criação da Diocese.
Ainda durante o contato por telefone com a reportagem do aquiacontece.com.br, Sandro Gama acrescentou que a empresa já havia sido advertida sobre os procedimentos inadequados na execução dos serviços orçados. “O embargo é necessário para tentar resolver esses problemas e retomar a obra da forma correta”, finalizou Sandro Gama.
A igreja de Nossa Senhora do Rosário, a catedral da Diocese de Penedo, foi interditada em outubro de 2006 devido ao risco de desabamento de peças da fachada, conforme avaliação feita pelo Corpo de Bombeiros. A primeira etapa dos serviços (recuperação de toda a cobertura/telhado) foi realizada com verbas parlamentar, atividades realizadas pela diocese e recursos da campanha “Diga Sim à Catedral”, doações voluntárias incluídas na conta de energia do colaborador.