Quem hoje é atendido no Hospital Geral do Estado (HGE) já pode notar uma grande diferença em relação aos anos anteriores. Uma dessas mudanças pode ser observada nos corredores da unidade. Se antes eles viviam lotados de pacientes em macas, agora os médicos, enfermeiros e acompanhantes já circulam por espaços vazios. Além de mais leitos, novos serviços foram implantados no hospital, como as cirurgias endovasculares e o setor de Ortopedia, e se tornaram referências no estado.
As mudanças que hoje a população vê resultaram dos investimentos feitos pelo Governo do Estado nos últimos anos. Com a abertura da ala Irmã Dulce, mais 99 leitos foram inaugurados, totalizando 387 leitos na unidade. Hoje o HGE também conta com leitos contratualizados em hospitais particulares e filantrópicos no estado.
“Os investimentos realizados no HGE e a reestruturação da rede de urgência e emergência, com o aumento dos leitos de retaguarda nas unidades de referência do SUS, vêm auxiliando na solução do problema de superlotação”, afirmou a diretora geral do hospital, Verônica Omena.
Segundo Verônica, foram criadas áreas cirúrgicas especializadas e, por isso, não é mais necessário realizar a transferência do paciente para a realização do procedimento em outra unidade hospitalar. Foi o que ocorreu com as áreas de Ortopedia e a Vascular. “Antes da criação destas áreas, pacientes que necessitavam de procedimento cirúrgico de ortopedia não emergencial, assim como os com problemas vasculares graves, aguardavam leitos no SUS para a realização desses procedimentos. Nós não tínhamos estrutura específica para realizá-los aqui. Agora, as cirurgias estão sendo realizadas na própria unidade e os pacientes recebem toda a assistência em áreas exclusivas, com equipamentos de última geração”, afirmou a diretora.
É o caso de Lindomar Lourenço dos Santos, de 38 anos, que foi transferido para o Hospital Geral em caso de urgência, com um aneurisma de aorta torácica. Ele foi o primeiro paciente a realizar esse tipo de procedimento no HGE, pelas mãos do cirurgião Cezar Ronaldo Alves, coordenador da área vascular e um dos responsáveis pelo procedimento cirúrgico no hospital.
Uma vez transferido, Lindomar Lourenço realizou uma tomografia que confirmou o diagnóstico de aneurisma de aorta torácica e, após todos os exames pré-cirúrgicos, foi submetido à operação. “Fizemos uma correção endovascular do aneurisma, sem intercorrências. Caso a transferência dele não fosse realizada, ele não poderia fazer qualquer tipo de esforço, ficaria sem acompanhamento e morreria por ruptura do aneurisma, sem tempo hábil de chegar ao sistema de saúde”, explicou o médico.
Referência – Recentemente, técnicos do Hospital da Restauração, de Recife (PE), visitaram o Hospital Geral do Estado para conhecer de perto a realidade da unidade e ver as ações que acabaram com a lotação nos corredores. De acordo com a diretora da unidade, o HGE é o único hospital do programa SOS Emergência a conseguir minimizar o fluxo de pacientes nos corredores.
A gestora da unidade ressaltou que isto vem refletindo na redução da permanência do paciente na unidade, visto que a assistência tem ocorrido com mais celeridade e o tratamento é direcionado. “Para termos uma ideia, no início do ano a média de permanência de um paciente no hospital era de aproximadamente onze dias. Hoje, devido aos avanços de cirurgia, regulação de leitos e assistência, esta média caiu para quatro dias”, destacou Verônica Omena.
Mais ações – Hoje o HGE conta com 387 leitos. A ala de Pediatria, com entrada exclusiva para crianças, conta com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI). O Serviço de Cirurgia Endovascular atua no diagnóstico e tratamento de doentes que apresentam problemas na circulação arterial, venosa ou linfática, realizando angiografias e cirurgias endovasculares, com procedimentos minimamente invasivos, todos com cobertura do SUS. Além disso, possui um dos tomógrafos mais modernos do Nordeste, para exames de alta precisão.