Um estudo preliminar da Abramet, que traz estatísticas de internações decorrentes de acidentes de trânsito no ano de 2008, também registrou queda na taxa de mortalidade hospitalar e nos gastos governamentais para o atendimento de feridos
Em coletiva de imprensa realizada no dia 18 de junho, a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) divulgou dados preliminares do estudo Acidentes de trânsito causando vítimas: o possível reflexo da Lei 11.705 nas internações hospitalares.
Trazendo estatísticas e análises de 2008, ano em que a Lei 11.705 (a Lei Seca) foi regulamentada, a pesquisa revela, entre outros levantamentos, que, no Brasil, houve uma queda de 28,3% nas internações hospitalares no segundo semestre em relação ao primeiro, traçando um declínio de 55.070 internações para 39.464. Estes números se referem somente às internações em decorrência dos acidentes de transporte terrestre (ATT), cuja soma é de 94.534. O trabalho consistiu em analisar os dados nacionais e regionais do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (Sistema Único de Saúde).
Ainda comparando os dois períodos de 2008, outras categorias do estudo também registraram queda. A mortalidade hospitalar decresceu 13,6% depois que a lei passou a vigorar, o que significa que deixaram de morrer 917 pessoas, ou seja, cinco por dia. O custo que o Estado gera para atender os feridos também caiu. O número foi 35,5% menor do que na primeira parte do ano, registrando uma economia de mais de 23 milhões de reais.
Quanto à faixa etária dos internados, houve declínio em todos os períodos, com destaque para as pessoas de 40 a 59 anos e as de 20 a 39, nesta ordem.
A maior queda de internações ocorreu entre os ocupantes de automóvel, principalmente os do sexo masculino. O tempo de permanência no hospital também foi reduzido no segundo semestre de 2008 se comparado ao primeiro. A média por internação caiu de 7,2 para 5,75 dias, o que representa uma redução de 20,1%.
Em relação aos estados brasileiros, a pesquisa diagnosticou redução das internações em 24 unidades federativas, mais o Distrito Federal. Amazonas e Mato Grosso do Sul foram os únicos estados que registraram elevação no número.
O estudo preliminar foi elaborado pelas pesquisadoras do Departamento de Epidemiologia e Estatística da Abramet, Maria Helena P. de Mello Jorge e Maria Sumie Koizumi.