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Sergipe

Instituições de pesquisa recebem doação de insumos biológicos do SergipeTec

Material pode ser usado na citricultura, na cana de açúcar e em hortaliças

Com o propósito de incentivar a sustentabilidade e a produção com responsabilidade ambiental, o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) realizou, na última quarta-feira (20), a doação de bioinsumos a comunidades de orgânicos de Sergipe. As instituições contempladas foram a Universidade Federal de Sergipe (UFS), o Instituto Federal de Sergipe (IFS) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sergipe (Sebrae/Se).

Os insumos biológicos são produtos de origem microbiana, animal, vegetal, orgânica ou natural, utilizados no sistema de produção agrícola e florestal para o combate de doenças e pragas. Os bioinsumos auxiliam no melhoramento da fertilidade do solo e na disponibilidade de nutrientes para as plantas, servindo como substitutos totais ou parciais para os defensivos químicos.

A produção dos insumos biológicos no SergipeTec é uma meta operacional vinculada à Unidade de Produção de Inimigos Naturais (UPIN) do Parque, dentro do Projeto Estruturante II, subsidiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). De acordo com o presidente da instituição, Eduardo Prado, a doação dos bioinsumos faz parte de uma iniciativa de fomento ao setor agro.

“Selamos a doação de uma tonelada de fungos a três entidades, que são a UFS, o IFS e o Sebrae. Já estamos formalizando a parte regulatória desse processo junto aos órgãos de controle, que são o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). Nesse sentido, estamos traçando metas para o futuro, definindo uma estratégia de desenvolvimento de bioinsumos para atender à região de SEALBA (Sergipe-Alagoas-Bahia). Os insumos biológicos integram nossa política de trabalho no segmento do agronegócio, para o qual estamos conduzindo ações de grande impacto em tecnologia e inovação”, afirmou.

O titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), José Augusto Carvalho, acompanhou a doação e ressaltou a importância da iniciativa. “Os bioinsumos são exemplos de como a tecnologia pode trazer suporte ao manejo de recursos naturais, revertendo-se em uma produção qualificada e sustentável, além de mais desenvolvimento para o Estado”, ressaltou o secretário.

Produção

O engenheiro agrônomo Gilberto Bruno Oliveira, da G-Terra Consultoria, foi parceiro do SergipeTec na produção dos bioinsumos, que já se encontram armazenados nas instalações do Parque. “Optamos pelo fungo Beauveria, que é um produto de grande espectro, para combater as principais pragas existentes em Sergipe. Ele pode ser usado na citricultura, na cana de açúcar e em hortaliças, por pequenos, médios e até grandes produtores. Utilizamos uma tecnologia patenteada no Brasil e trouxemos um dos criadores desta tecnologia para acompanhar a produção. O fungo foi enviado para três laboratórios, sendo um deles em uma universidade federal, para contagem. Com isso, podemos definir os protocolos de uso dos bioinsumos, cuja vida útil é superior a um ano”, explicou.

A professora e pesquisadora do Departamento de Engenharia Agronômica da UFS, Gláucia Barretto Gonçalves, agradeceu pela doação e salientou sua relevância. “Trabalhamos com grupos de camponeses que utilizam suas unidades de bioinsumos próprias. Mas, como os agricultores familiares dispõem de pequenas estruturas, é necessário o desenvolvimento de células cooperativas. A existência do produto já pronto em Sergipe, via SergipeTec, para dar conta dessa demanda, é bastante interessante para o Estado. Agradecemos por essa oportunidade”, resumiu.

A professora Irinéia Rosa do Nascimento, do IFS, também agradeceu pelos bioinsumos recebidos. O Instituto, no campus São Cristóvão, é a única instituição pública de Sergipe a manter uma formação específica em Agroecologia. “Trabalhamos com o semiárido, e a ocasião de hoje nos traz a possibilidade de novos trabalhos em parceria com o SergipeTec. Agradeço em nome do IFS e das comunidades”, pontuou.

Complexo e estratégia futura

A UPIN, que abriga a produção dos bioinsumos, atua em conjunto com o Complexo Biofábrica do SergipeTec. A unidade é integrada pela própria Biofábrica de mudas e pelo Laboratório de Controle de Qualidade. Criada em 2010, a Biofábrica possui hoje uma capacidade de produção de 2 milhões de mudas por ano.

O Parque está conduzindo uma série de iniciativas baseada em tecnologias de alto impacto, que irão contribuir com o agronegócio do Estado e da região de SEALBA. Na ocasião da doação dos bioinsumos, o presidente do SergipeTec fez questão de agradecer à FINEP por ter financiado as atividades de agricultura do Projeto Estruturante II.