Iniesta faz o gol do título inédito da Espanha
Um gol de Iniesta, o melhor jogador da final e quem sabe, da Copa, marcado aos 10m do segundo tempo da prorrogação, deu o inédito e merecido título de Campeão do Mundo à Espanha.
A partida, que teve a fraca arbitragem do inglês Howard Webb, apresentou um nível técnico aquém do esperado pelos torcedores e analistas internacionais, que ficaram frustrados com o alto índice de faltas, principalmente da Holanda, e também com a excessiva quantidade de passes errados das duas seleções.
O gol de Iniesta foi o prêmio à equipe que procurou jogar um pouco mais no ataque e que fez, no transcorrer da decisão, três decisivas modificações, mostrando que queria ganhar o Mundial. As entradas de Jesús Navas, Cesc Fábregas e Fernando Torres, foram decisivas para a vitória da “Fúria”. É bom citar que o gol da vitória saiu após um lindo passe de Fábregas para Iniesta, que bateu cruzado, sem chance para o goleiro batavo Stekelenburg.
O JOGO
A partida, no início foi mais favorável à Espanha, que criou duas boas oportunidades. Aos 5 minutos, Xavi cobrou falta pela direita e Sergio Ramos cabeceou com força. Stekelenburg fez ótima defesa e Piqué não conseguiu encontrar espaço para mandar o rebote para as redes. Seis minutos depois, Villa pegou de primeira após cobrança de escanteio e balançou as redes pelo lado de fora. Antes disso, novamente Sergio Ramos desperdiçou nova chance ao entrar em diagonal e chutar cruzado, dando oportunidade de Heitinga mandar para escanteio.
Apesar de apresentar uma técnica superior e maior controle da posse de bola, a “Fúria” encontrou sérios problemas diante da violência holandesa. O árbitro inglês Howard Webb foi conivente com as faltas e deixou de aplicar o cartão vermelho. Aos 27 minutos, por exemplo, De Jong deu uma entrada criminosa ao acertar o pé no peito de Xabi Alonso. Apenas o amarelo foi mostrado.
Irritada com as faltas, a Espanha parou de criar oportunidades de gol no final do primeiro tempo. Porém, a defesa esteve bem colocada e não tomou muitos sustos. A melhor oportunidade de gol da Holanda na etapa inicial foi aos 33 minutos. Numa falha espanhola – após recuo errado -, Casillas quase acabou surpreendido, mas conseguiu dar um toque salvador.
SEGUNDA ETAPA
O treinador Vicente del Bosquel preferiu não fazer modificações para o retorno no segundo tempo. A Espanha voltou a criar e desperdiçou uma grande chance aos 3 minutos. Em cobrança de escanteio, o zagueiro Puyol desviou de cabeça. A bola caiu livre para Capdevila. Mas o lateral-esquerdo furou grotescamente…
Da mesma forma que na primeira etapa, os jogadores da Holanda também não economizaram nas pancadas. no segundo período da partida. A Espanha voltou a ficar nervosa e quase foi surpreendida aos 17 minutos. Em ótima jogada, Sneijder fez grande passe em profundidade, o zagueiro Piqué não conseguiu fazer o corte e Robben saiu na cara do gol. O holandês arrematou e Casillas salvou com a ponta da chuteira direita, mandando a bola para escanteio.
Após o susto, Del Bosque colocou Navas no ataque na vaga de Pedro, que teve uma atuação discreta. Com isso, a equipe espanhola começou a forçar o jogo, sempre com perigo, pelo lado direito do campo. O jogo se tornou imprevisível. Antes de ir à prorrogação, a Espanha perdeu duas grandes oportunidades. Aos 24 minutos, Navas cruzou e Villa, sozinho, não conseguiu colocar nas redes. Aos 32 minutos, Sergio Ramos novamente cabeceou livre e mandou por sobre o gol.
O craque Fabregas, do Arsenal, entrou ainda nos minutos finais do segundo tempo, mas foi uma das armas de Vicente Del Bosque para o tempo extra, no intuito de aumentar o poder de fogo da “Fúria”.
PRORROGAÇÂO E GOL DO TÌTULO
Na prorrogação, mais uma vez, a Espanha continuou mais ofensiva e voltou a desperdiçar chances de ouro – aos 4 minutos, a Holanda perdeu a bola no meio. Iniesta fez passe para Fabregas. O camisa 10 saiu na cara do gol, mas Stekelenburg salvou com a perna esquerda.
A Holanda também fez algumas alterações, com as entradas de Van der Vaart e Braafheid. Mas foi a Espanha que continuou a assustar. Aos 10 minutos da prorrogação, Navas recebeu passe de Villa pela direita e arrematou. A bola bateu na perna de Van Bronckhorst, passou por Stekelenburg e tocou nas redes pelo lado de fora.
No segundo tempo da prorrogação, Del Bosque fez a última alteração. Tirou Villa para apostar em Fernando Torres, que perdeu brilho no Mundial e passou boa parte dos jogos no banco. A Holanda teve Heitinga expulso aos quatro minutos por falta em Iniesta e se fechou ainda mais. O zagueiro agarrou o meio-campista espanhol por trás e foi merecidamente, colocado para fora de campo. Os holandeses resistiram o máximo que puderam, mas não conseguiram levar a decisão para os pênaltis.
O gol do título espanhol chegou apenas aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação. Na jogada, Torres cruzou, a zaga cortou e a bola sobrou para Fábregas. O camisa 10 fez o passe para Iniesta. Ele recebeu dentro da área, por trás da marcação, e chutou com fúria. Gol da Espanha. Gol do título. Gol de um novo campeão.
FICHA TÉCNICA
Espanha 1 x 0 Holanda
ESTÁDIO: Soccer City, Johanesburgo, África do Sul
DATA E HORA: Domingo, 11 de julho de 2010, às 15h30 (de Brasília)
ÁRBITRO: Howard Webb (ING)
PÚBLICO: 84.490 pagantes
CARTÕES AMARELOS: De Jong, Van Persie, Van Bommel, Van Bronckhorst, Heitinga, Robben, Van der Wiel, Mathijsen (HOL); Puyol, Sergio Ramos, Capdevilla, Xavi (ESP)
CARTÃO VERMELHO: Heitinga, 4’/2ºTP
GOLS: Iniesta, 10’/2ºTP
ESPANHA: Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puuyol, Capdevilla; Xabi Alonso (Fábregas, 42’/2ºT), Busquets, Xavi, Iniesta; Pedro (Jesús Navas, 15’/2ºT) e Villa (Torres, intervalo da prorrogação)
T: Vicente del Bosque
HOLANDA: Stekelenburg; Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen, Van Bronckhorst (Braafheid, 15’/1ºTP); Van Bommel, De Jong (Van der Vaart, 9’/1ºTP) , Sneijder; Kuyt, Van Persie e Robben (Elia, 25’/2ºT)
T: Bert Van Marwijk
