O Estado de São Paulo terá a primeira indústria pública de genéricos no Brasil. A fábrica foi instalada na cidade de Américo Brasiliense, na região de Araraquara, na segunda-feira (29). Idealizador da lei que criou os genéricos em 1999, quando era ministro da Saúde, José Serra participou da cerimônia de lançamento da unidade da Fundação para o Remédio Popular (Furp).
A fábrica terá capacidade para produzir 21,6 milhões de ampolas e 1,2 bilhão de comprimidos por ano, quando toda a linha de produção estiver em plena operação.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, a expectativa é que em 2010 a unidade esteja produzindo, o que ocorrerá assim que forem concluídos os processos de certificações, registros e validações de sistemas como o de água e dos processos de fabricação dos medicamentos. Essas etapas são obrigatórias e as certificações são expedidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A previsão é que ainda no primeiro semestre do próximo ano sejam validados e comercializados os primeiros lotes de comprimidos e, no início do segundo semestre, os primeiros lotes de injetáveis. Os principais medicamentos produzidos serão produtos genéricos para tratamentos de hipertensão, diabetes, saúde mental e os destinados a doenças cardiovasculares, antiparkinsoniano e para controle de colesterol.
“A fábrica terá a tecnologia mais avançada no mundo no quesito de fabricação de genéricos, com equipamentos importados da Alemanha. A Furp vai ajudar São Paulo e o Brasil na distribuição de remédios”, disse Serra.
“A inauguração da nova fábrica da Furp é mais um marco na universalização do acesso à saúde da população. Produzir e distribuir medicamentos genéricos gratuitamente para pacientes de todo o país é mostra do compromisso do governo de São Paulo com a saúde pública”, afirmou o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
A nova unidade foi instalada numa área de 268 mil metros quadrados, com 27 mil metros quadrados de área construída. Até o momento foram investidos na obra R$ 190 milhões. Serão investidos mais R$ 50 milhões até o próximo ano, para a fase de pré-operação. Todos os investimentos estão sendo feitos com recursos do Estado.
A primeira etapa do processo de construção da nova planta foi iniciada em janeiro de 2003. A escolha da cidade de Américo Brasiliense foi estratégica: além de ser em um terreno próprio do governo do Estado, fica em uma região central, o que facilita a distribuição de medicamentos.
A fábrica fica próxima de universidades que contam com cursos nas áreas de ciências farmacêuticas, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista.