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Cacique Celestino quer respeito e exige retorno do feriado
A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), o Conselho Estadual de Educação de Alagoas (CEE/AL), representantes de povos afro-descendentes e indígenas discutiram normas complementares às diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais.
De acordo com as Leis Nacionais nº. 10.639/03 e nº. 11.645/08, é obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena nos currículos escolares das instituições, públicas e privadas.
Segundo a gerente de Diversidades da SEE (Gediv/SEE), Irani Neves, esta será provavelmente a última de uma série de três audiências que ouviram diversos segmentos sociais e formalizam o parecer e resolução das Leis da União Federal.
“Após a audiência desta terça-feira nos reuniremos com o conselho para um pleno extraordinário no próximo dia 23, em União dos Palmares, onde serão efetivadas as leis em debate”, informou a gerente Irani Neves.
A gerente ressalta que a SEE trabalha para construir uma escola de qualidade e a ideia é que isto só possa ocorrer se forem respeitadas as diferenças.
De acordo com o cacique Manoel Celestino, da etnia wakonã-kariri, as novas leis devem servir para melhorar o aprendizado dos professores. “Além das matérias vistas em todas as escolas, queremos que nossos pajés tenham espaço nas classes de nossos filhos”, reivindicou o índio Manoel Celestino.
O cacique reclama ainda a mudança das comemorações do Dia do Índio, 19 de abril, como o Dia do Soldado. “Isso é um desrespeito”, disse. “Queremos a volta do Dia do Índio no calendário nacional; além da instituição do dia 25 de abril como feriado estadual, em homenagem às tribos indígenas alagoanas”, declarou Celestino.
Já a índia Graciliana Celestino acredita que as audiências servem também para manter certas tradições indígenas. “Temos, por exemplo, dentro de nossas crenças, o respeito à natureza. Devemos proteger nossa identidade”, disse a índia.
“A diversidade étnica é um elemento cultural brasileiro. Precisamos em Alagoas, aproveitar nossas heranças quilombolas e indígenas”, finalizou Irani Neves.