Os números de óbitos por Acidente Vascular Cerebral (AVC), mais conhecido como derrame, têm diminuído no Hospital Geral do Estado (HGE) segundo dados do Serviço de Arquivo Médico (Same) da instituição. Em 2001 aproximadamente 350 pacientes morreram vítimas de AVC. Este ano o número baixou para cerca de 150, uma redução de quase 60%.
O médico Carlos Alberto Gomes, gerente geral do hospital, explica que a população tem se conscientizado da importância dos cuidados preventivos com a hipertensão e a diabetes mellitus, mas destaca que os investimentos realizados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) na área são a garantia de tratamento específico para as vítimas de acidentes vasculares.
“O que poucas pessoas sabem a respeito do AVC é que se o paciente for atendido rapidamente, em até 4 horas, é possível atenuar o quadro, algumas vezes sem nenhuma sequela. Hoje temos o Samu que agiliza a chegada do paciente ao hospital; além disto, a Secretaria tem contribuído com a Unidade de Neurologia, cuidadosamente planejada com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento prestado no HGE”, disse.
O acidente vascular cerebral é uma das doenças que mais matam no mundo. Dores de cabeça súbita e sem causa aparente, dificuldade de fala, visão dupla ou dormência nos membros podem ser alguns dos sintomas de AVC que, geralmente, impõe restrições para o resto da vida de pacientes.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência de acidentes vasculares. No Brasil, a cada ano, são registrados, aproximadamente, 90 mil óbitos por doenças cerebrovasculares.
As causas do derrame cerebral variam de pessoa para pessoa, atingindo todas as faixas etárias, e, apesar de afetar, na sua maioria, idosos, existe uma percentagem de 20% de AVC que ocorre em indivíduos abaixo dos 65 anos.
Segundo o neurologista Adriano Jorge Santos, o acidente vascular ocorre quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea adequada. “Existem dois tipos de AVC, o isquêmico, interrupção do fluxo sanguíneo e o hemorrágico, causado pela ruptura de artérias intracranianas”, salientou.
Sintomas e prevenção – De acordo com o neurologista, os sintomas do AVC dependem da parte do cérebro que foi lesada. “Em geral, pode haver dificuldade na fala e nos movimentos ou alterações na visão. Formigamento ou fraqueza em uma das partes do corpo também é comum, além de dor de cabeça repentina. Estes sintomas são os mais comuns e podem até ter relação com outro problema, mas a recomendação é que a pessoa procure imediatamente um hospital”, salientou.
Outros fatores que causam riscos são: a genética, diabetes, sedentarismo, taxas de colesterol e triglicérides altas, pressão alta, doenças cardíacas e obesidade, para os tipos isquêmicos.
No caso do AVC hemorrágico, os fatores que o ocasionam são a pressão alta, distúrbios de coagulação e, eventualmente, a presença de aneurisma cerebral (dilatação das paredes de artérias ou veias), que é congênito (a pessoa nasce com ele).
“O melhor tratamento ainda é a prevenção. Controlar os principais fatores de risco, através de uma dieta saudável e de exercícios físicos”, destacou o neurologista.