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Política

Deputado alerta para a revitalização do “Velho Chico”

Deputado Inácio Loiola

O deputado estadual Inácio Loiola (PSDB) usou a tribuna da Casa Tavares Bastos nesta terça-feira, 4, para chamar a atenção da sociedade alagoana acerca do descobrimento do rio São Francisco, nesta data 4 de outubro, também dia de veneração a São Francisco de Assis. Uma homenagem dos navegadores Américo Vespúcio e André Gonçalves ao santo pela descoberta, no ano de 1501, desse rio tão inerente ao desenvolvimento de Alagoas, do Nordeste e do Brasil.

Conhecido como rio da Integração Nacional e Velho Chico, o rio é estratégico para a região Nordeste, com uma bacia hidrográfica de 640 mil km² da nascente a foz e uma população de 13 milhões de habitantes. É responsável por 95% da energia gerada pela Chesf.

Toda essa pujança do rio São Francisco ao longo dos tempos está sendo minada, disse o deputado Inácio Loiola. Pesquisa realizada por cientistas em mais de 900 rios pelo mundo afora revelou uma triste realidade. Dentre estes rios estudados, o São Francisco apresenta o quadro mais preocupante. Perdeu 35% volume d'água nos últimos anos.

E para agravar ainda mais a situação, Loiola cita a obra da transposição coordenada pelo Governo Federal. Um projeto que vai demandar um volume d’água e energia numa proporção superior à capacidade do Velho Chico, o que acabará provocando sérios danos ambientais e sociais nas comunidades ribeirinhas. E mais ainda nas comunidades de Alagoas e Sergipe.

Enquanto Alagoas e Sergipe, juntos, retiram 8 m³/s do Velho Chico, a transposição vai demandar 127 m³/s para abastecer os canais do Eixo Norte e Eixo Leste, critica o deputado, defendendo um projeto de aproveitamento e de uso racional da água para levar esse líquido precioso a todos os nordestinos. “Por exemplo, o Estado do Ceará possui a maior reserva d'água subterrânea do Nordeste. Então, não precisa de água da transposição para a população e para os animais. Basta explorar o expressivo volume d'água acumulado no solo. Paraíba e Rio Grande do Norte idem. Pernambuco é o único estado envolvido no projeto onde há escassez d'água”, declarou Inácio.

Segundo o deputado, quem vai à região da foz, entre Piaçabuçu e Penedo, logo percebe que o rio não é mais o mesmo. Em vez de as águas do Velho Chico adentrarem 10 km no Oceano Atlântico, é o mar que adentra no rio, um sinal claro de perda de vazão do rio. “O que precisa, sim, ser feito com rapidez, é o projeto de revitalização do Velho Chico, pois o rio São Francisco é um paciente que está na UTI”, disse o parlamentar

Inácio Loiola conclui seu pronunciamento com a taxativa afirmação: “o rio do São Francisco, conhecido como rio da unidade nacional, pode vir a ser o rio da discórdia regional, caso a sociedade nordestina não se irmane em prol da revitalização e da sobrevivência do Velho Chico”.