Poucos autores podem ser citados como fundamentais dentro da construção de uma bibliografia sobre um Estado. Apesar de não ser formado em História, o professor Moacir Medeiros de Santana é reconhecido como um dos mais relevantes historiadores de Alagoas. Apesar desta importância, alguns de seus títulos acabaram saindo de catálogo, privando acadêmicos e interessados de terem fácil acesso aos estudos realizados por ele.
No próximo dia 22 de outubro, às 19 horas, na V Bienal Internacional do Livro, a Imprensa Oficial promove o relançamento de um dos livros do autor, “Contribuição à história do açúcar em Alagoas”.
Publicado em 1970, o livro retrata a cultura canavieira em Alagoas, atividade que ainda hoje detém a maior relevância econômica para o Estado. Para a coordenadora editorial da Imprensa Oficial, Janayna Ávila, o livro é obrigatório para quem pretende entender como se deu a expansão da prática na região.
“Através do livro, é possível entender alguns aspectos muito específicos da atividade açucareira, além de conhecer todos os engenhos que existiam nas Alagoas, todos listados minuciosamente”, relata Janayna.
O resgate da publicação está dentro do selo “Pensar Alagoas”, que com o Livro de Moacir Medeiros atinge o quarto volume da coleção. Ao relançar obras importantes que estavam há muito tempo fora de catálogo, a parceria entre a Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplande) e a Imprensa Oficial, permite acesso a estudos que tratam de aspectos sociais, econômicos e culturais de Alagoas, contribuindo para o desenvolvimento local e promovendo uma reflexão sobre o presente.
A agência Núcleo Zero assina o projeto gráfico da capa dos quatro livros da coleção, que são edições fac-símile e apresentam conteúdo digitalizado. “O objetivo era embalar o livro em um projeto gráfico novo, com linhas modernas e destaque para a ilustração em bico de pena, geralmente utilizada em capas temáticas”, explica Janayna.
No livro de Moacir Medeiros, trabalhadores retirando a cana de um carro de boi decoram a capa, ilustrando a história dos primórdios da atividade contada no livro. Segundo o diretor de criação da Núcleo Zero, houve um cuidado em interligar as edições de alguma forma. “Além da preocupação de representar o que cada livro tratava, tentamos criar um padrão gráfico que pudesse unir todos os livros, já que todos trazem o mesmo princípio, a reflexão e o estudo sobre Alagoas”, explica Werner.
Com mais de 50 obras publicadas sobre Alagoas, entre elas “Uma Associação Centenária: História da Associação Comercial de Maceió” (1966) e “História do Modernismo em Alagoas” (1980), o relançamento de “Contribuição à História do Açúcar em Alagoas” (1970), é um reconhecimento do trabalho que Moacir desempenhou durante anos. “Ele pesquisou sobre o açúcar em Alagoas durante muito tempo, foi um trabalho árduo e muito completo. É gratificante ver que sua obra não está esquecida”, ressalta a esposa do escritor, Íris Ramos de Santana.
