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Cultura

Imprensa Oficial Graciliano Ramos lança ?Calabar?, de Lêdo Ivo

A Imprensa Oficial Graciliano Ramos lança, no dia 12 deste mês, a nova edição da obra ‘Calabar – Um poema dramático’, do escritor alagoano Lêdo Ivo. E, para celebrar o resgate editorial do livro, fora de catálogo há 32 anos, a editora decidiu levar aos palcos, pela primeira vez, esse poema teatral escrito pelo autor alagoano, realizando um sonho cultivado por ele desde seu processo de criação.

O lançamento será promovido no dia 12 de julho, às 20h, no Teatro de Arena, com a leitura dramática do texto, interpretada por um grupo de atores, dirigidos por José Márcio Passos. O evento faz parte da programação do Mês Graciliano Arte e da programação comemorativa dos 200 Anos da emancipação política de Alagoas.

Em entrevista à escritora Leila Míccolis, autora do livro Passagem de Calabar – Uma análise do poema dramático de Lêdo Ivo, o escritor revelou sua frustração em não ter concretizado a ambição de ver os personagens de Calabar ganharem vida no tablado.

“Eu chegava a visualizar a sua encenação. Esperava que ele fosse representado, o que não ocorreu. Naturalmente escrevi Calabar para ser encenado. Ao escrevê-lo, eu o encenava, como um diretor de teatro. É um poema dotado de visualidade. Entretanto, ele jamais foi representado”.

Em ‘Calabar – Um Poema Dramático’, Lêdo Ivo lança mão de um personagem histórico controverso para traçar uma crítica política contra a exploração e opressão impostas ao povo humilde e mestiço do Nordeste brasileiro, ao longo dos séculos.

Desconstruindo a história oficial, o Domingos Fernandes Calabar idealizado por Ivo não é o traidor da pátria. Ele é a personificação do martírio perpetrado contra os que se insurgem, contra os que lutam pelos seus ideais. O texto, originalmente lançado em 1985, discute ainda sobre preconceito e traz uma das características mais marcantes da obra do autor: sua intensa alagoanidade.

Na nova edição da obra de Lêdo Ivo, além do poema Calabar há ainda ensaios assinados por Leila Míccolis, doutora em Teoria Literária pela UFRJ, e por Alberto Vivar Flores, professor de História da América na Ufal. A apresentação do livro foi escrita por Márcio Ferreira, doutor em Literatura Brasileira e professor da Ufal.