Em sua vida fértil, as fêmeas do mosquito podem desovar cerca de 1,5 mil ovos
O dia de “D” de combate ao Aedes aegypti aconteceu no último sábado, 13, em Penedo e em outros municípios brasileiros. No entanto, para quem se preocupa com a saúde pública e com o futuro das novas gerações a luta para vencer o mosquito, vetor de doenças como como dengue, chikungunya e zika vírus, tem que ser diária.
Em Penedo, diversas ações foram realizadas no sábado, 13, pela prefeitura municipal em parceria com as Forças Armadas Brasileiras e se estenderam durante toda a semana em diferentes pontos do município. Mas, não basta só isso. Somente com o total apoio e conscientização de todos que conseguiremos vencer essa guerra contra o mosquito.
É importante que cada um cuide do que é seu. No entanto, em Penedo, parece que isso não vem sendo feito a contento. Em um rápido passeio pela parte baixa da cidade, a redação do portal de notícias aquiacontece.com.br encontrou vários imóveis abandonados e que podem estar servindo como criadouro do poderoso mosquito.
Em um terreno particular localizado no Raimundinho, por exemplo, o mato toma conta e facilmente são encontrados recipientes com água parada, ambiente perfeito para que o mosquito possa se reproduzir. Em sua vida fértil, as fêmeas do Aedes aegypti podem desovar cerca de 1,5 mil ovos que podem ficar até um ano aguardando as condições ideais para virarem larvas e mosquitos.
Já em uma residência localizada na Rua 07 de Setembro, próximo ao Convento Franciscano, o sinal de abandono também mostra que ali pode ser um criadouro do mosquito que por conta do zika vírus é o responsável pelo aumento dos nascimentos de bebês com microcefalia desde o ano passado.
A situação também é crítica em prédios históricos do município. No imóvel onde funcionava a extinta Ceal, diversos recipientes com água parada foram encontrados por nossa redação, inclusive um tanque que pode ser perfeitamente utilizado para reprodução do mosquito. A mesma situação foi constatada ao redor do prédio do antigo Fórum de Penedo e também no cemitério São Gonçalo do Amarante.
Esses são apenas alguns exemplos, mas existem muitos outros imóveis abandonados na cidade e que podem estar fortalecendo, direta ou indiretamente, o mosquito. Cabe as autoridades locais tomar uma atitude mais rigorosa para que o mosquito não se prolifere com tanta facilidade.
Para ampliar a capacidade de combate ao Aedes aegypti, o Governo Federal editou a Medida Provisória nº 712, ampliando os poderes das autoridades de saúde de âmbito federal, Estadual e municipal no combate ao mosquito. Uma das principais novidades da MP é a possibilidade de ingresso forçado em imóveis públicos e privados considerados abandonados ou em situação de ausência do responsável.
Para efeitos de fiscalização, o imóvel será considerado abandonado quando for constatado “flagrante ausência prolongada de utilização, o que pode ser verificado por suas características físicas, por sinais de inexistência de conservação, pelo relato de moradores da área ou por outros indícios que evidenciem a sua não utilização”.
Ainda de acordo com a MP, a ausência será classificada quando, após duas tentativas do agente de saúde, realizadas em horários e dias alternados, em um intervalo de 10 dias, não for localizado um responsável que realize a abertura do imóvel para um agente de saúde realizar a inspeção de possíveis criadouros do mosquito.
