Barco-escola do instituto ensina sobre a riqueza existente em Alagoas
Nesta sexta-feira (22) é quando se comemora o Dia Mundial da Água e o ano de 2013 foi declarado pela Organização das Nações Unidas como internacional de cooperação pela água. O dia e o ano são celebrados, mas há ações que podem ser feitas no dia a dia de qualquer pessoa, no sentido de garantir a conservação do bem indispensável à vida. O Instituto do Meio Ambiente tem direcionado esforços nesse sentido e aposta em uma ferramenta como estratégia: a educação ambiental.
“É importante aprender que se prejudicamos o meio ambiente, prejudicamos a nós mesmos”, comenta Éder Macedo, de 33 anos, estudante do curso Técnico em Enfermagem, do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Ele, junto com mais 50 pessoas, estiveram a bordo do barco-escola do IMA em uma aula prática no Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM).
Enquanto a colega do Éder comentava sobre a importância de se começar a ensinar desde a infância, ele insistia que aquele tipo de visita serve “para ampliar os aprendizados, porque a maioria dos que participam não tem conhecimento para preservar a água, preservar o meio ambiente”. Junto com ele, os outros estudantes dos cursos técnicos de Nutrição Dietética e Radiologia observavam atentamente as explicação dos técnicos do IMA.
As informações básicas servem a todos. As crianças, os adolescentes, os jovens e os adultos que podem participar das aulas práticas aprendem mais sobre os mesmos assuntos, cada um com suas demandas e necessidades específicas: a importância da vegetação, as características físicas dos corpos hídricos e a riqueza existente em Alagoas, com suas lagunas, rios, riachos e nascentes de água doce. “Há uma mentalidade diferente hoje, vejo nas crianças uma educação sobre os cuidados com o meio ambiente diferente da que eu recebi. Temos que investir nisso, para termos futuros dirigentes melhores do que nós”, argumenta Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA.
Na sede do Instituto, mais precisamente no Jardineto Botânico, os biólogos especialistas na identificação e catalogação da flora alagoana no Herbário MAC, apresentam espécimes que representam os principais biomas do estado: a Caatinga e a Mata Atlântica. Além dos representativos e ricos ecossistemas, como é o manguezal e a restinga encontrados no CELMM.
“Nós precisamos das plantas, das raízes das árvores para que as águas penetrem nos solos e formem verdadeiros rios subterrâneos, para depois aflorar, por exemplo, em nascentes que se transformam em riachos, rios ou outros. Sem as raízes, com o solo descoberto ou impermeabilizado as águas se espalham e podem até causar catástrofes”, comenta Rosangela Lyra, curadora do Herbário.
Das águas ou dos corpos hídricos as pessoas podem garantir sua sobrevivência, seja na utilização doméstica e comercial ou para tirar o alimento. “As nossas lagoas e lagunas, por exemplo, sempre serviram como um grande banco de proteína para a população. Mas, a quantidade de resíduos que têm sido jogados pode comprometer seriamente a reprodução das espécies e a biodiversidade. A gente sempre procura alertar a todos que, além das políticas públicas, é de vital importância que as pessoas tenham mais cuidado”, diz Fernando Veras, diretor de Desenvolvimento e Pesquisa.
Segundo Gustavo Vasconcelos, 32, instrutor e membro do Comitê de Meio Ambiente do Senac, quando os estudantes podem ter aulas de campo “eles multiplicam os conhecimentos, contam em casa, contam pros colegas que não puderam participar, há professores que estimulam a apresentação sobre o aprendizado. É muito importante porque esses alunos são pais, mães, eles trabalham e podem levar adiante o que aprenderam”.
Um dos contatos dele com as atividades do IMA aconteceu na semana da água de 2012, quando técnicos fizeram uma palestra no Senac. Esse ano, há ainda palestras que acontecem desde o dia 18 em faculdades particulares e no dia 22 equipes técnicas do governo, e membros de Conselhos e Comitês de Bacias Hidrográficas, apresentam um balanço de experiências exitosas. “Esse é um momento do ano que é preciso aproveitar para se ter mais atenção, incentivar mais cuidados com a água”, comenta Carlos Soares, diretor de Laboratório do IMA, enquanto técnicos e estagiários demonstram a medição dos níveis de oxigênio de águas coletadas.
Visitas e aulas no barco-escola podem ser agendadas diretamente no IMA, através dos telefones 33151737/1738, na Diretoria de Desenvolvimento e Pesquisa (Didep).
